A explicação para essa previsão surpreendente está na atuação da Zona de Convergência Intertropical (ITCZ), uma faixa de nuvens, tempestades e chuvas que se forma ao redor do Equador. A ITCZ é gerada pelo encontro dos ventos alísios de ambos os hemisférios, que trazem umidade e provocam as precipitações. Nos últimos meses, essa zona de convergência tem se deslocado mais do que o normal em direção ao norte, atingindo o continente africano com intensidade.
Os registros recentes indicam que, com a movimentação da ITCZ em direção ao norte da África, sistemas de trovoadas estão se deslocando para o Oceano Atlântico, em latitudes mais elevadas e sobre águas mais frias. Essas mudanças têm chamado a atenção de especialistas, que alertam para possíveis impactos nos padrões climáticos da região, incluindo a temporada de furacões no Atlântico.
Além disso, as mudanças na ITCZ podem afetar as chuvas no Brasil, especialmente na região amazônica. Com a zona de convergência se deslocando ainda mais do que o habitual, a previsão é de baixa ocorrência de chuvas na região, resultando em calor intenso e possíveis agravamentos da estiagem. Segundo o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), quanto mais intenso for o sistema da ITCZ, maior será o volume de chuvas, principalmente no norte e semiárido nordestino do Brasil.
Portanto, esse fenômeno climático surpreendente no Saara não só acende o alerta para a região, mas também levanta preocupações sobre os impactos de escala global que essas mudanças podem provocar. É fundamental que os cientistas continuem monitorando de perto essas alterações climáticas e estudando seus possíveis desdobramentos no futuro.






