Em meio a divergências entre os ministérios da Fazenda e de Minas e Energia sobre o novo formato proposto para o programa Auxílio Gás, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva decidiu enviar ao Congresso Nacional um pedido de retirada de urgência do projeto que altera o benefício. O despacho foi publicado em uma edição extra do Diário Oficial da União.
A decisão de retirar a urgência foi adiantada pela Coluna do Estadão e tem como objetivo permitir mais tempo para que a discussão sobre o programa seja amadurecida internamente. De acordo com o texto enviado ao Congresso, a Caixa Econômica Federal poderia passar a receber o dinheiro do programa diretamente das empresas de petróleo.
No entanto, a proposta apresentada gerou preocupações no Ministério da Fazenda, que alertou para o risco de fraudes e irregularidades nas despesas do novo Auxílio Gás. Uma nota técnica elaborada pela Secretaria de Reformas Econômicas do Ministério da Fazenda, datada de 23 de agosto, apontou que o modelo de descontos diretos poderia incentivar a prática de fraudes, como a revenda de botijões por beneficiários.
Diante das preocupações levantadas, o Ministério da Fazenda passou a defender a correção de eventuais erros no projeto. O ministro Fernando Haddad afirmou que o formato seria revisto para garantir que as despesas do programa se enquadrassem dentro do Orçamento. Até o momento, no entanto, essa correção ainda não foi realizada.
Com a retirada de urgência do projeto de lei, espera-se que haja mais tempo para análise e ajustes necessários no programa Auxílio Gás antes que ele seja efetivamente implementado.