Repórter São Paulo – SP – Brasil

Presidente Lula busca soluções negociadas para crises internacionais durante discurso na ONU

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, conhecido como Lula, fez um discurso nesta terça-feira (19) na Assembleia Geral da ONU, onde defendeu a busca por um mundo mais pacífico e a reforma dos organismos multilaterais. Lula ressaltou que, apesar de ser possível vencer uma guerra isoladamente, a construção de uma paz duradoura depende da cooperação entre todos os países.

Em seu último discurso na ONU, em 2009, Lula destacou a grave crise financeira de 2008, originada pela quebra do banco Lehman Brothers. Ele enfatizou a necessidade de reformas nas lógicas de governança, criticando os países desenvolvidos e os organismos multilaterais por terem sido incapazes de prever e prevenir a crise. Para Lula, a economia mundial não poderia ser corrigida apenas pelos mesmos atores de sempre.

O ex-presidente também afirmou que o mundo vivia naquela época a “crise dos grandes dogmas”, referindo-se à concepção econômica, política e social considerada inquestionável que havia dominado o mundo nas últimas décadas. Ele criticou a doutrina de que os mercados poderiam se autorregular, dispensando a intervenção do Estado.

Atualmente, o mundo enfrenta mais um conflito, na Ucrânia, resultante da invasão russa. Lula condena a invasão, mas se recusa a endossar as críticas das potências ocidentais, que exigem a saída das tropas russas como pré-condição para negociações de paz. O ex-presidente enfatiza que questões de segurança e paz só podem ser gerenciadas de forma adequada à ordem mundial vigente se forem implementadas mudanças na governança global.

Além disso, o Brasil tem defendido a inclusão da Índia, Alemanha e Japão como membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU. Lula argumenta que Alemanha e Japão foram excluídos da definição da governança global após a Segunda Guerra Mundial e que já se passaram quase oito décadas. A Índia, assim como o Brasil, é membro fundador do Brics, bloco que recentemente pediu a expansão do Conselho de Segurança da ONU em sua declaração final.

Lula encerrou seu pronunciamento na Assembleia Geral da ONU enfatizando a importância de se buscar um mundo mais pacífico, destacando a necessidade de um gerenciamento adequado das questões de segurança e paz de acordo com a ordem mundial atual. O ex-presidente foi o terceiro a falar no evento, que teve início às 10h (horário de Brasília).

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