Nos últimos 31 anos, a atuação das Forças Armadas no Rio de Janeiro se ampliou, chegando ao auge da intervenção federal na segurança pública sob o comando do general Walter Braga Netto, que mais tarde se tornou ministro de Jair Bolsonaro.
De acordo com dados do Ministério da Defesa, as oito GLOs desde 2010 consumiram cerca de R$ 2 bilhões.
O decreto de Lula terá como foco a atuação dos militares da Marinha e da Aeronáutica nos portos e aeroportos, com o objetivo de combater o envio de armas e drogas para as facções criminosas. O aeroporto internacional de Guarulhos, em São Paulo, também está incluído no decreto.
Essa decisão marca uma mudança em relação às GLOs anteriores de Lula e da ex-presidente Dilma Rousseff, que autorizavam a presença das Forças Armadas nas favelas para combater o crime.
A atuação do Exército durante a Eco-92 foi considerada um sucesso, o que resultou na sua participação na segurança pública do estado dois anos depois, na chamada Operação Rio. No entanto, a presença militar foi gradualmente reduzida ao longo dos anos, após inúmeras crises.
Os militares também foram utilizados em encontros internacionais e eventos esportivos, como os Jogos Pan-Americanos de 2007.
Em 2008, eles participaram da Operação Guanabara para garantir a segurança das eleições. Durante essa operação, uma apresentação da banda de Fuzileiros Navais ocorreu na Vila Cruzeiro.
Vale ressaltar que o Exército não está presente na atual GLO. No entanto, ele já participou de obras sociais em favelas, como no caso do programa Cimento Social, na favela da Providência. Infelizmente, essa ação ficou marcada pelo crime cometido por militares que entregaram jovens da comunidade a traficantes rivais, resultando em suas mortes.
Além disso, os militares atuaram na ocupação de favelas em apoio ao programa das UPPs (Unidades de Polícia Pacificadora), durante dois anos no Complexo do Alemão e um ano na Maré. Essa ação gerou desgaste e ficou marcada por tiroteios e mortes por bala perdida.
O novo decreto de GLO do presidente Lula busca enfrentar a crise na segurança pública do Rio de Janeiro, com um enfoque específico nos portos e aeroportos. Resta acompanhar os desdobramentos dessa medida e avaliar seus resultados no combate ao crime organizado.






