Repórter São Paulo – SP – Brasil

Presidente do Equador declara estado de exceção em sete províncias devido à violência do crime organizado, permitindo a presença militar nas ruas.

Em um pronunciamento realizado nesta quarta-feira (22), o presidente do Equador, Daniel Noboa, decretou estado de exceção em sete das 24 províncias do país. A medida foi tomada devido ao aumento da violência causada pelo crime organizado nessas regiões.

As províncias afetadas pelo estado de exceção são Guayas, El Oro, Santa Elena, Manabí, Los Rios, Sucumbíos e Orellana. O presidente justificou a decisão com base em “atos de violência sistemática” cometidos por gangues de narcotraficantes nessas áreas. Com a declaração de emergência, fica autorizado o envio de militares às ruas e a suspensão temporária de direitos como a inviolabilidade do domicílio e o sigilo postal.

A gestão de Daniel Noboa tem sido marcada por desafios na área de segurança desde o início do seu mandato em novembro de 2023. Em janeiro deste ano, o país enfrentou uma grave crise de segurança desencadeada pela fuga de um líder de facção criminosa de um presídio, o que resultou em motins, ataques contra a imprensa e explosões de carros-bomba, causando a morte de vinte pessoas.

Diante desse cenário, o governo de Noboa decretou estado de emergência em todo o país por 90 dias e declarou conflito armado interno. O presidente determinou que as forças militares combatessem cerca de vinte gangues criminosas ligadas a cartéis do México e da Colômbia, que foram chamadas de “terroristas”.

Além disso, Noboa organizou um plebiscito para buscar apoio popular à militarização da segurança e outras medidas controversas, obtendo êxito no referendo. Em um vídeo divulgado recentemente, o presidente afirmou que a declaração de estado de exceção em sete províncias faz parte de uma “segunda etapa da guerra” contra o narcotráfico e o crime organizado, visando restabelecer a paz e a segurança para a população equatoriana.

O Equador, localizado entre dois grandes produtores de cocaína, tem sido alvo de disputas entre facções criminosas de diversos países. A situação se agravou nos últimos anos, com massacres entre presos que resultaram em mais de 460 mortes desde fevereiro de 2021, e um aumento significativo nos índices de homicídios.

A ONG Human Rights Watch manifestou preocupação com a situação no Equador, destacando que, apesar de uma redução nos crimes, as extorsões e sequestros aumentaram. A diretora para as Américas da HRW, Juanita Goebertus, alertou para possíveis violações de direitos humanos cometidas pelas forças de segurança e pediu ao presidente Noboa que reconsidere a decisão de estado de exceção. A situação no país continua sendo monitorada de perto pelas organizações de direitos humanos e pela comunidade internacional.

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