Segundo Tubiana, a COP29, realizada no Azerbaijão sob a liderança de Mukhtar Babayev, um ex-executivo de uma petroleira nacional, e a COP28 nos Emirados Árabes, presidida por Sultan al-Jaber, líder da gigante petrolífera estatal Adnoc, demonstram a presença dominante do setor de combustíveis fósseis em eventos cruciais para debater as mudanças climáticas.
Durante uma visita ao Brasil, Tubiana expressou a esperança de que a COP 30, que ocorrerá em Belém em 2025 e marcará a revisão dos compromissos climáticos dos países, traga uma relação de forças mais equilibrada, incluindo a participação da sociedade civil, comunidades originárias e países marginalizados.
Tubiana destacou a importância de envolver os setores petrolíferos nas discussões sobre mudanças climáticas e diversificação de suas atividades. Além disso, ela criticou as potências do G20, especialmente os Estados Unidos, por não cumprirem a promessa de repassar US$ 100 bilhões anuais para os países mais afetados pelo aquecimento global.
A presidente da Fundação Europeia para o Clima enfatizou que as contribuições mais significantes para o debate climático vêm da sociedade civil, de nações mais pobres e comunidades indígenas. Ela ressaltou a importância de ouvir esses grupos e incluí-los de forma efetiva nas discussões sobre meio ambiente e energias renováveis.
Tubiana destacou que a COP30 em Belém será fundamental para revisar os compromissos estabelecidos no Acordo de Paris e enfatizou a necessidade de uma abordagem abrangente que inclua novos instrumentos financeiros e normas para aplicação desses recursos.
Durante sua visita ao Brasil, Tubiana buscou promover uma força-tarefa para analisar instrumentos fiscais mundiais e buscar novas soluções para combater o aquecimento global. Ela elogiou o plano de transição ecológica elaborado pelo Ministério da Fazenda em colaboração com outras pastas, destacando a importância de incluir o desenvolvimento econômico nas discussões sobre questões ambientais.
Tubiana também chamou atenção para a necessidade de focar investimentos em fontes renováveis de energia e reduzir a dependência dos combustíveis fósseis. Ela ressaltou a importância do Brasil liderar a transição para um modelo verde e destacou os desafios em tornar a produção sustentável mais competitiva que a indústria poluidora subsidiada pelos combustíveis fósseis.
Por fim, a presidente da Fundação Europeia para o Clima fez críticas ao desmatamento no cerrado e à exploração de ouro e garimpo ilegal. Tubiana defendeu modelos de produção agrícola mais sustentáveis e sugeriu a desmonetização do ouro como forma de combater os impactos sociais e ambientais negativos causados por sua exploração.