Presidente da Fundação Europeia para o Clima critica poder do petróleo nas últimas conferências climáticas da ONU em título com 25 palavras.

A presidente da Fundação Europeia para o Clima, Laurence Tubiana, expressou sua surpresa negativa em relação ao aumento do poder do petróleo nas últimas quatro Conferências das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COPs). Tubiana, que também foi embaixadora da França para as negociações da COP e foi uma das arquitetas do Acordo de Paris em 2015, destacou a preocupação com a influência crescente do setor petrolífero nesses eventos globais.

Segundo Tubiana, a COP29, realizada no Azerbaijão sob a liderança de Mukhtar Babayev, um ex-executivo de uma petroleira nacional, e a COP28 nos Emirados Árabes, presidida por Sultan al-Jaber, líder da gigante petrolífera estatal Adnoc, demonstram a presença dominante do setor de combustíveis fósseis em eventos cruciais para debater as mudanças climáticas.

Durante uma visita ao Brasil, Tubiana expressou a esperança de que a COP 30, que ocorrerá em Belém em 2025 e marcará a revisão dos compromissos climáticos dos países, traga uma relação de forças mais equilibrada, incluindo a participação da sociedade civil, comunidades originárias e países marginalizados.

Tubiana destacou a importância de envolver os setores petrolíferos nas discussões sobre mudanças climáticas e diversificação de suas atividades. Além disso, ela criticou as potências do G20, especialmente os Estados Unidos, por não cumprirem a promessa de repassar US$ 100 bilhões anuais para os países mais afetados pelo aquecimento global.

A presidente da Fundação Europeia para o Clima enfatizou que as contribuições mais significantes para o debate climático vêm da sociedade civil, de nações mais pobres e comunidades indígenas. Ela ressaltou a importância de ouvir esses grupos e incluí-los de forma efetiva nas discussões sobre meio ambiente e energias renováveis.

Tubiana destacou que a COP30 em Belém será fundamental para revisar os compromissos estabelecidos no Acordo de Paris e enfatizou a necessidade de uma abordagem abrangente que inclua novos instrumentos financeiros e normas para aplicação desses recursos.

Durante sua visita ao Brasil, Tubiana buscou promover uma força-tarefa para analisar instrumentos fiscais mundiais e buscar novas soluções para combater o aquecimento global. Ela elogiou o plano de transição ecológica elaborado pelo Ministério da Fazenda em colaboração com outras pastas, destacando a importância de incluir o desenvolvimento econômico nas discussões sobre questões ambientais.

Tubiana também chamou atenção para a necessidade de focar investimentos em fontes renováveis de energia e reduzir a dependência dos combustíveis fósseis. Ela ressaltou a importância do Brasil liderar a transição para um modelo verde e destacou os desafios em tornar a produção sustentável mais competitiva que a indústria poluidora subsidiada pelos combustíveis fósseis.

Por fim, a presidente da Fundação Europeia para o Clima fez críticas ao desmatamento no cerrado e à exploração de ouro e garimpo ilegal. Tubiana defendeu modelos de produção agrícola mais sustentáveis e sugeriu a desmonetização do ouro como forma de combater os impactos sociais e ambientais negativos causados por sua exploração.

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