O Minhocão, que possui 2,5 km de extensão e sete acessos para veículos, foi inaugurado em 1971 e nunca passou por uma reforma dessa magnitude. A deterioração da estrutura é evidente em rachaduras e marcas de infiltrações. A prefeitura pretende, com as obras, devolver a integridade ao viaduto e prolongar sua vida útil.
Os problemas na estrutura do viaduto foram identificados por meio de uma inspeção realizada pela SPObras, empresa pública municipal. O desenvolvimento do projeto de reforma já custou aos cofres da capital o valor de R$ 1,1 milhão. A abertura dos envelopes com as propostas das empresas interessadas em assumir a reforma está marcada para o dia 20 deste mês, e a vencedora terá 18 meses para concluir a obra a partir da emissão da ordem de serviço, ou seja, a previsão é de que os reparos sejam finalizados apenas em 2025.
Durante a realização das obras, é esperado que haja impactos no trânsito da região, podendo ocorrer interdições em vias como as avenidas São João e General Olímpio da Silveira, e a rua Amaral Gurgel. No entanto, a prefeitura informou que os serviços serão programados preferencialmente para horários de menor tráfego, inclusive nos fins de semana, em conjunto com a CET (Companhia de Engenharia de Tráfego), a fim de minimizar os transtornos à população.
A definição dos canteiros de obra ainda não foi divulgada, mas a prefeitura afirma que a área sob o viaduto deverá estar desocupada, visando a segurança. Atualmente, a parte de baixo do Minhocão é ocupada por pessoas em situação de rua, que utilizam o espaço como abrigo. Questionada sobre o assunto, a administração municipal informou que o plano para desocupação será definido pelos órgãos competentes envolvidos.
Além disso, a reforma poderá implicar em alterações nas atividades oferecidas no elevado aos fins de semana, quando a pista é liberada para pedestres e ciclistas. Escadas utilizadas como acesso pelos pedestres poderão ser temporariamente remanejadas, caso seja necessário.
De acordo com a gestão Nunes, a reforma do Minhocão faz parte de um programa de reforma e manutenção de pontes e viadutos, que serão beneficiados com um investimento total de R$ 1,64 bilhão. As obras com maiores custos são as reformas das pontes das Bandeiras e Engenheiro Roberto Zuccolo, que já estão em andamento.
Vale destacar que o atual Plano Diretor Estratégico da cidade prevê a desativação completa do elevado João Goulart até 2029, com a possibilidade de ser transformado em um parque ou demolido. Uma lei municipal em 2018 já criou o Parque Minhocão, e a prefeitura deveria apresentar um projeto de intervenção urbana em até 720 dias, porém o planejamento não progrediu desde dezembro de 2021.
Uma consulta pública realizada em 2019 mostrou que 47% dos participantes são a favor do desmonte do elevado, 39% defendem a manutenção de sua função original e 14% apoiam a implantação de um parque. Atualmente, cerca de 97 mil veículos circulam diariamente pelo Minhocão, que passa por bairros como Santa Cecília, Campos Elíseos e Vila Buarque.
Diante desse cenário, a Secretaria de Mobilidade e Trânsito está estudando a viabilidade de construir um túnel paralelo ao Minhocão, permitindo assim a desativação do viaduto. Desde sua inauguração, o elevado tem sido alvo de polêmica, e atualmente sua circulação de veículos é permitida apenas em horários restritos.
A proposta de reforma do Minhocão representa um passo importante para a revitalização dessa importante via da cidade, trazendo melhorias para a estrutura e prolongando sua vida útil. No entanto, é fundamental que haja um planejamento cuidadoso para minimizar os impactos nas vias e garantir a segurança dos moradores. O investimento em reformas e manutenção de pontes e viadutos também é essencial para garantir a infraestrutura de São Paulo e a segurança dos cidadãos. Com a conclusão das obras, será interessante observar como o futuro do Minhocão será definido, seja como um parque ou como uma estrutura demolida.