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Prefeitura de São Paulo estuda medidas contra decisão judicial que obriga quatro integrações no Bilhete Único: usuários exigem igualdade de direitos.

A Prefeitura de São Paulo está avaliando possíveis medidas a serem tomadas contra uma decisão judicial que a obriga a conceder aos usuários do vale-transporte do Bilhete Único quatro integrações no sistema de ônibus. A Procuradoria Geral do Município foi notificada na segunda-feira (26) sobre a decisão da 12ª Câmara do Direito Público do TJ-SP, que manteve a sentença de primeira instância. A gestão de Ricardo Nunes (MDB) está considerando entrar com um novo recurso diante dessa determinação.

Segundo as regras atuais, que foram alteradas em 2019 durante a gestão de Bruno Covas (PSDB), os trabalhadores que utilizam o vale-transporte têm direito a apenas duas integrações em um período de três horas, enquanto os usuários comuns podem realizar quatro integrações no mesmo período. A decisão judicial argumenta que todos os usuários devem ter o mesmo direito, alegando violação do princípio da isonomia substancial estabelecido na Constituição Federal.

A cobrança diferenciada foi questionada na Justiça através de uma ação civil movida pela Defensoria Pública em conjunto com o Idec (Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor). A primeira decisão favorável aos usuários do vale-transporte saiu em 2021, quando a juíza Simone Gomes Rodrigues Casoretti determinou a ampliação da quantidade de integrações para os trabalhadores, equiparando ao direito dos usuários comuns. Além disso, o município foi condenado a pagar R$ 4 milhões que serão destinados ao Fundo Estadual de Defesa dos Interesses Difusos de São Paulo.

Os desembargadores Osvaldo de Oliveira, Edson Ferreira e J. M. Ribeiro De Paula foram unânimes em apoiar a decisão que favorece os usuários do vale-transporte, sem estipular um prazo específico para o cumprimento da determinação, o que deve ser decidido pela magistrada da primeira instância. A Prefeitura de São Paulo está revisando as opções disponíveis e buscando uma solução para lidar com essa questão jurídica que impacta diretamente os usuários do transporte público na capital paulista.

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