Prefeitura de São Paulo descumpre normas de segurança em prédio histórico e não obtém auto de vistoria do corpo de bombeiros há cinco anos.

Prefeitura de São Paulo ignora falta de auto de vistoria do corpo de bombeiros em prédio histórico

SÃO PAULO – O Edifício Sampaio Moreira, um patrimônio histórico de São Paulo, localizado no centro da cidade, está há cinco anos sem obter o auto de vistoria do corpo de bombeiros (AVCB). A falta desse documento coloca em risco os funcionários da prefeitura que ocupam o prédio diariamente, bem como os munícipes que frequentam o local.

O edifício foi reinaugurado em meados de 2018 após oito anos fechado para obras de restauro. No entanto, além de exceder em quase 100% o orçamento inicialmente previsto, as obras não foram totalmente concluídas, o que gerou preocupações quanto à segurança dos ocupantes e visitantes. O Ministério Público chegou até mesmo a investigar o grau de segurança da nova sede da Secretaria de Cultura.

A falta do AVCB é uma situação irônica e trágica ao mesmo tempo. Enquanto a prefeitura tem o poder de interditar e multar edifícios privados que não possuam esse documento, ela mesma ignora a situação dentro de suas próprias dependências. Isso levanta a questão: quem fiscaliza o fiscalizador?

Ao ser questionada sobre a falta do AVCB, a Secretaria Municipal de Cultura justificou que o prazo para a obtenção do documento foi atrasado devido a imprevistos durante as obras de restauro. No entanto, ressaltou que o prédio atende a muitos requisitos de segurança e que as adequações necessárias estão sendo providenciadas.

Enquanto a prefeitura se defende, o problema persiste. O Edifício Sampaio Moreira, construído em 1924 e conhecido como o “protótipo dos arranha-céus” de São Paulo, possui 12 pavimentos e 50 metros de altura. Sua arquitetura eclética é rica em detalhes e possui características preservadas, como as escadarias de mármore e as esquadrias das janelas de pinho de riga, além do pergolado de colunas gregas na cobertura.

No entanto, mesmo com toda a importância histórica e arquitetônica do prédio, a prefeitura não parece priorizar a sua regularização quanto à segurança. Enquanto isso, outros prédios e dependências públicas pertencentes ao município podem estar na mesma situação.

É lamentável constatar que um órgão público responsável por garantir a segurança da população não cumpra com suas próprias obrigações. E mais preocupante ainda é o fato de essa negligência colocar em risco a vida e a integridade das pessoas que frequentam o Edifício Sampaio Moreira diariamente. É necessário que a prefeitura tome providências urgentes para resolver essa situação o quanto antes. Afinal, é inadmissível que um edifício de tamanha importância histórica esteja em desacordo com as normas de segurança vigentes.

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