A última década foi marcada por desafios políticos e econômicos para a cidade do Rio de Janeiro. A organização das Olimpíadas marcou as duas primeiras gestões de Paes na prefeitura, transformando a cidade em um canteiro de obras. No entanto, a crise econômica e o declínio político de seu grupo em 2016 fizeram com que os Jogos e seu legado não fossem suficientes para garantir a vitória de um aliado como sucessor. Este cenário favoreceu a vitória de Marcelo Crivella como prefeito.
Crivella não seguiu os planos deixados por Paes para a conversão das arenas olímpicas em escolas e tentou colar a imagem do “largado olímpico” ao evento. A imagem dos Jogos também foi prejudicada quando algumas das obras foram envolvidas em denúncias de corrupção, levando até mesmo Paes a responder a ação penal relacionada ao evento. No entanto, o caso acabou arquivado pela Justiça.
Em 2020, Paes venceu Crivella em uma disputa em que pouco se falou da Olimpíada. Quatro anos depois, em busca da reeleição, o prefeito retomou a defesa do legado olímpico. Em 2021, ele deu continuidade ao plano de desmontagem da Arena do Futuro para a construção de quatro escolas, buscando concentrar o legado na zona oeste da cidade.
Paes também pretende desvincular a imagem do legado olímpico a entregas em atraso, vinculando os benefícios dos Jogos aos novos projetos de sua atual gestão, como a construção do Terminal Intermodal Gentileza no centro da cidade. Seu principal potencial adversário para a reeleição é o deputado Alexandre Ramagem, escolhido por Bolsonaro como pré-candidato no Rio de Janeiro.
Diante desse cenário, Paes tem se empenhado em resgatar o legado olímpico como uma estratégia política para promover suas ações e projetos, buscando angariar apoio da população e fortalecer sua imagem como gestor comprometido com o desenvolvimento da cidade.
