Prefeito de São Paulo pede cancelamento de contrato com a Enel devido a problemas no fornecimento de energia.

O prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), surpreendeu a todos nesta quinta-feira (16) ao anunciar que solicitou à Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) o cancelamento do contrato de concessão da Enel para o fornecimento de energia na capital paulista. Essa decisão veio após uma série de problemas enfrentados pela população de São Paulo devido à má prestação de serviços da empresa.

Durante uma reunião no Palácio dos Bandeirantes, na segunda-feira (3), o prefeito e outros colegas da região metropolitana mostraram ao governador Tarcísio de Freitas e diretores da Aneel as inúmeras demandas represadas com a Enel. Entre os problemas listados por Nunes, estão cinco Unidades Básicas de Saúde que aguardam a ligação de energia há meses, bem como a falta de funcionamento de um conjunto habitacional na Vila Olímpia devido à demora da Enel em realizar a conexão de energia.

Essa medida drástica tomada pelo prefeito também veio após a gestão ingressar com uma ação na Justiça contra a Enel, exigindo que a concessionária apresentasse um plano de contingência para o fornecimento de energia elétrica na capital, além de medidas para evitar problemas em dias de chuva. A juíza Laís Helena Bresser Lang, da 2ª Vara da Fazenda Pública, determinou que a Enel elabore um plano detalhado de como responderá a ameaças climáticas e assegure um canal de comunicação rápido com órgãos municipais para atender à população.

A relação entre a prefeitura e a Enel tem se deteriorado ainda mais desde o apagão no último dia 3, no qual 2.100 clientes ficaram sem energia elétrica. O presidente da Enel SP, Max Xavier Lins, culpou as quedas de árvores pela falta prolongada de energia na cidade, o que gerou um embate público com o prefeito Ricardo Nunes.

A tensão entre as partes também ficou evidente durante o depoimento do presidente da Enel Brasil, Nicola Cotugno, à CPI da Enel na Alesp (Assembleia Legislativa de São Paulo) nesta quinta-feira. Cotugno preferiu não comentar as declarações do prefeito, gerando um clima ainda mais hostil entre a prefeitura e a concessionária.

Além do apagão no dia 3, milhares de paulistanos amanheceram sem energia nesta quinta-feira devido às fortes chuvas, deixando quase 290 mil clientes sem luz. O executivo da Enel prometeu restabelecer o serviço para todos até o final da quinta-feira, mas a imagem da empresa já está seriamente comprometida perante a população e as autoridades municipais. A decisão do prefeito de pedir o cancelamento do contrato de concessão da Enel pode desencadear uma série de consequências e impactar significativamente o fornecimento de energia na cidade de São Paulo. A população aguarda ansiosa por uma solução definitiva para os problemas enfrentados com a Enel.

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