Repórter São Paulo – SP – Brasil

Portugal reconhece culpa por escravidão no Brasil e sugere reparação, afirma ministra brasileira da Igualdade Racial

O presidente de Portugal, Marcelo Rebelo, fez uma declaração histórica ao admitir os crimes cometidos por seu país durante a escravidão transatlântica e a era colonial, além de sugerir a possibilidade de reparação. A ministra brasileira da Igualdade Racial, Anielle Franco, destacou a importância dessa posição por parte de Portugal, ressaltando que representa uma conquista fruto de décadas de luta da população negra por justiça e reconhecimento.

De acordo com Anielle, a declaração de Marcelo Rebelo é um marco significativo no debate internacional sobre a responsabilidade histórica dos países colonizadores em relação à escravidão. Ela enfatizou que é fundamental que essa declaração seja acompanhada de ações concretas de reparação, e não apenas de palavras.

Em um vídeo distribuído à imprensa, a ministra elogiou a postura do presidente português, ressaltando que é a primeira vez que um chefe de Estado aborda o tema com tamanha contundência. Ela também destacou que a declaração de Marcelo Rebelo ocorreu logo após o Fórum Permanente de Pessoas Afrodescendentes da ONU, evidenciando a pressão exercida pelo movimento negro internacional sobre Portugal.

Anielle afirmou que sua equipe está em contato com o governo português para discutir possíveis medidas de reparação e enfatizou a importância de transformar as palavras do presidente em ações efetivas. Marcelo Rebelo também reconheceu que o pedido de desculpas é apenas o primeiro passo, e que existem desafios importantes a serem enfrentados.

Portugal, enquanto nação colonizadora, tem a responsabilidade de lidar com as consequências do seu passado, e a declaração do presidente Marcelo Rebelo representa um avanço significativo nesse caminho de reconhecimento e reparação histórica. O diálogo entre o governo português e representantes brasileiros é fundamental para traçar um plano efetivo de reparação e justiça para as comunidades afetadas pela brutalidade da escravidão.

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