Um importante marco na história energética do estado de Roraima ocorreu no período de 2001 a 2019. Durante esses anos, a região era abastecida pela energia elétrica proveniente do Linhão de Guri, uma linha de transmissão que conectava Boa Vista, a capital do estado, ao complexo hidrelétrico de Guri, localizado em Puerto Ordaz, no país vizinho. No entanto, a situação mudou drasticamente em 2019, quando uma sequência de apagões no país vizinho forçou a interrupção do fornecimento de energia, levando Roraima a depender exclusivamente de termelétricas para suprir sua demanda energética.
Durante quase duas décadas, o Linhão de Guri foi responsável por garantir o abastecimento de energia elétrica em Roraima. A construção dessa importante infraestrutura representou um avanço significativo para o estado, permitindo que a energia produzida em uma das maiores hidrelétricas do mundo chegasse até as residências, indústrias e estabelecimentos comerciais da região. A interconexão proporcionada pelo linhão trouxe estabilidade e segurança ao sistema energético local, beneficiando tanto a economia quanto a qualidade de vida dos roraimenses.
No entanto, a dependência de energia importada tornou-se um problema evidente quando a Venezuela, país responsável pelo fornecimento, enfrentou uma série de apagões em 2019. Essa situação crítica resultou na interrupção do fluxo de eletricidade que abastecia Roraima, deixando o estado em uma situação de vulnerabilidade energética. Desde então, Roraima tem sido suprido principalmente por termelétricas, que utilizam combustíveis fósseis para a geração de energia elétrica.
A mudança no modelo de abastecimento energético trouxe consequências significativas para Roraima. Além do impacto ambiental causado pelo uso de combustíveis fósseis, que contribuem para o aumento das emissões de gases de efeito estufa, o estado também enfrenta dificuldades para garantir a estabilidade do fornecimento. As termelétricas, embora possam ser uma solução temporária viável, estão sujeitas a problemas operacionais e demandam um custo mais elevado em comparação à energia hidrelétrica.
Diante desse cenário, o estado de Roraima busca alternativas para diminuir sua dependência de energia importada e promover a diversificação de sua matriz energética. Entre as soluções apresentadas estão a construção de usinas térmicas a gás natural, que representam uma opção mais limpa e mais eficiente em termos de emissões de carbono, e o desenvolvimento de projetos de energia renovável, como a energia solar e eólica.
A busca por soluções que tornem Roraima autossuficiente em termos energéticos é uma prioridade para o estado e para o governo federal. Além de garantir a segurança e a estabilidade no fornecimento de eletricidade aos roraimenses, a diversificação da matriz energética traz benefícios como a redução dos impactos ambientais e a abertura de novas oportunidades de investimento e desenvolvimento sustentável.
Portanto, a interrupção do fornecimento de energia pelo Linhão de Guri marcou um ponto de virada na história energética de Roraima. Com a dependência das termelétricas, o estado enfrenta desafios significativos para garantir sua segurança energética. No entanto, com investimentos em energias renováveis e a diversificação de sua matriz energética, Roraima busca uma solução sustentável e resiliente para sua demanda de eletricidade, projetando um futuro mais seguro e menos dependente de fatores externos.