A reflexão sobre por que mulheres votam em agressores e por que cidadãos confiam seus impostos a corruptos não é algo novo. Desde a Primeira Guerra Mundial, quando os ideais iluministas de controle dos impulsos pela razão mostraram-se falaciosos, os estudiosos buscam entender essa aparente contradição. O paradigma de que a racionalidade e a civilização ocidental seriam capazes de dominar os impulsos humanos se mostrou insuficiente diante da barbárie e do caos gerados pelo conflito mundial.
A teoria de que a vontade poderia dominar os desejos ingovernáveis carece, portanto, de uma revisão mais profunda e abrangente. A complexidade das relações humanas, permeadas por emoções, traumas e influências culturais, demanda uma análise mais ampla e multidisciplinar. Sociólogos, historiadores e psicólogos têm se debruçado sobre essa questão, buscando compreender as motivações por trás das escolhas eleitorais e dos comportamentos sociais.
Em um contexto em que a democracia parece fragilizada e a polarização política atinge níveis alarmantes, é fundamental compreendermos por que, em muitos casos, os eleitores acabam optando por candidatos autoritários e tirânicos. As lições da história e a análise crítica do presente nos convidam a refletir sobre os rumos da sociedade e a buscar novas formas de engajamento cívico e político. A resposta para a pergunta sobre por que galinha vota em raposa talvez esteja mais próxima do que imaginamos, desde que estejamos dispostos a encarar a complexidade e a profundidade dos dilemas humanos.