O relatório, que é atualizado a cada dois anos pela Sociedade Zoológica de Londres, inclui dados de 5.500 vertebrados distribuídos em 35 mil populações ao redor do mundo. Apesar de algumas críticas à metodologia de cálculo, o índice do “Planeta Vivo” se tornou uma referência internacional para medir o estado dos ecossistemas naturais e suas consequências para a saúde humana e a mudança climática.
Durante uma entrevista coletiva, Yann Laurans, diretor de programas do WWF na França, ressaltou que, embora existam alguns casos de sucesso local, a maioria das populações de animais selvagens está em declínio. Segundo ele, é necessário abordar a crise ligada ao clima e à destruição da natureza de forma interligada, pois há o risco de atingir “pontos de inflexão” irreversíveis em diversos ecossistemas.
A preocupação também se estende para a Amazônia, que pode passar de sumidouro de carbono para emissor de carbono, acelerando o aquecimento global. Daudi Sumba, chefe de conservação do WWF, alertou sobre os riscos dessa mudança no bioma amazônico e enfatizou a importância de preservar não apenas a fauna selvagem, mas também os ecossistemas essenciais para sustentar a vida humana.
O relatório também aponta que a maior diminuição de populações de animais selvagens ocorre em espécies de água doce, seguidas por vertebrados terrestres e marinhos. Após a América Latina e o Caribe, as regiões mais ameaçadas são a África, Ásia, Pacífico e Europa. No entanto, ainda há esperança de reverter esse cenário, com esforços internacionais em andamento para proteger a biodiversidade e os ecossistemas.
A COP16 da biodiversidade, que acontecerá em Cali, na Colômbia, entre 21 de outubro e 1 de novembro, terá como principal objetivo impulsionar a implementação dos 20 objetivos fixados no Acordo de Kunming-Montreal para a proteção da natureza até 2030. A expectativa é que esse evento internacional traga medidas efetivas para a preservação da vida selvagem e dos ecossistemas em todo o mundo.