A análise realizada por pesquisadores brasileiros e italianos revelou que os políticos municipais apresentam uma incidência maior em quase todos os tipos de crimes, com exceção dos crimes violentos, como homicídios, onde a população em geral supera os políticos. Além disso, os dados mostraram que cidades governadas por prefeitos com histórico criminal têm resultados piores na gestão pública, especialmente nos indicadores de saúde.
O estudo considerou cerca de mil municípios, comparando aqueles que elegeram prefeitos com histórico criminal com aqueles que não o fizeram. Os pesquisadores identificaram que cidades com políticos envolvidos em processos criminais apresentaram um aumento de 8% na chance de nascimentos de crianças com baixo peso e um aumento de 21% na mortalidade infantil.
Para chegar a esses resultados, os pesquisadores reuniram dados de cerca de 18 milhões de processos criminais entre 2009 e 2020 e cruzaram essas informações com o banco de dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). A análise incluiu apenas candidatos que concorriam pela primeira vez, excluindo aqueles com algum histórico de carreira política.
Os especialistas destacam a importância de aprimorar a seleção de candidatos nos partidos como forma de evitar a eleição de políticos desonestos. Além disso, a auditoria de cidades, como realizada pela Controladoria-Geral da União (CGU), é apontada como uma medida eficaz para reduzir o número de candidatos com histórico criminal durante os anos eleitorais.
Diante desses dados alarmantes, é essencial que medidas sejam adotadas para garantir a integridade e a ética na política, visando uma gestão pública mais transparente e eficiente. A conscientização da população e a fiscalização rigorosa dos candidatos são passos fundamentais nesse processo de combate à corrupção e à criminalidade no âmbito político.