A secretária municipal de Desenvolvimento e Inclusão Social de Balneário Camboriú, Anna Christina Barichello, informou que sua equipe foi avisada pela Guarda Municipal por volta das 3h sobre a situação. Ela explicou que dezenas de pessoas em situação de rua foram levadas pela polícia militar de Itajaí até a BR-101, onde foram abandonadas. As assistentes sociais encontraram o grupo no km 126 da rodovia, que marca a divisa entre os dois municípios.
Ao chegar ao local, por volta das 3h30, a secretária descreveu a cena como “horrível”. Os moradores de rua estavam deitados próximos à BR. Segundo Barichello, as vítimas relataram humilhações e agressões por parte da polícia militar de Itajaí. Vídeos que circulam nas redes sociais mostram as pessoas sendo conduzidas em fila indiana até Balneário Camboriú, com escolta de pelo menos seis viaturas da polícia militar.
Em outros vídeos gravados pela equipe da prefeitura de Balneário Camboriú, as pessoas em situação de rua afirmam que os policiais militares chamavam a operação de “Operação Tadeu” e ordenavam que deixassem a cidade em direção a qualquer lugar, mas que não voltassem para Itajaí.
A prefeitura de Itajaí se pronunciou afirmando que uma equipe ligada a eles chegou ao local por volta das 8h30 e que 18 pessoas ainda estavam lá no momento da abordagem. Essas pessoas foram encaminhadas para um local de acolhimento, onde receberão assistência técnica e psicológica. No entanto, a prefeitura informou que nenhum dos abordados aceitou encaminhamento para uma comunidade terapêutica ou auxílio para entrar em contato com familiares.
O 1º Batalhão de Polícia Militar de Itajaí afirmou que vai apurar o caso e destacou que a operação não foi autorizada pelo comando do batalhão. Segundo eles, operações que envolvem pessoas em situação de rua normalmente são realizadas em conjunto com outros órgãos, como a Assistência Social.
É importante ressaltar que a polícia militar tem a responsabilidade de zelar pela segurança e proteção da população, incluindo pessoas em situação de vulnerabilidade social. Agir de forma violenta e discriminatória contra moradores de rua não é condizente com o papel dessa instituição. A apuração do caso é fundamental para garantir a justiça e prevenir que situações semelhantes ocorram no futuro.