Após dez meses de investigação, a Polícia Federal (PF) finalizou o inquérito contra o empresário e atleta Renato Cariani, de 47 anos, por suspeita de envolvimento em um esquema de desvio de produtos químicos para a fabricação de drogas como cocaína e crack.
Além de Cariani, outras duas pessoas, Roseli Dorth e Fábio Spinola Mota, foram indiciadas pelos crimes de tráfico equiparado, associação para o tráfico e lavagem de dinheiro.
Segundo o advogado do atleta, Aldo Romani Netto, o indiciamento de Renato ocorreu há mais de 40 dias, antes mesmo de ter a oportunidade de prestar esclarecimentos. Ele também declarou que as conclusões da Autoridade Policial expostas no relatório são equivocadas e vêm sendo contraditadas no curso do procedimento. A defesa de Cariani apresentou dezenas de documentos que comprovam a inocência do atleta.
A investigação teve início após a Receita Federal detectar um depósito em dinheiro no valor de R$ 212 mil, aparentemente feitos pela AstraZeneca. A partir desse fato, suspeitas foram levantadas, o que levou à inquirição.
Durante a investigação, foram encontradas evidências de que parte do material adquirido legalmente pela empresa de Cariani, Anidrol Produtos para Laboratórios Ltda., era desviado para a produção de drogas. Notas fiscais falsas e depósitos em nome de laranjas eram utilizados para justificar a saída dos produtos, utilizando indevidamente o nome da AstraZeneca.
A estimativa é que o esquema de desvios de produtos tenha rendido ao grupo valores superiores a R$ 6 milhões, abrangendo o período de 2016 a 2020.
Cariani se manifestou por meio de vídeos publicados no Instagram, afirmando que a empresa da qual é sócio possui todas as licenças necessárias e que está tranquilo quanto à situação.
Os agentes responsáveis pelo caso não pediram a prisão dos acusados após a finalização do inquérito, e todos respondem em liberdade. O inquérito foi encaminhado ao Ministério Público de São Paulo, que agora será responsável por definir os próximos passos. Eles podem incluir a necessidade de novas diligências, o arquivamento do inquérito ou a denúncia dos suspeitos à Justiça.
Cabe agora à Justiça decidir se os indiciados se tornarão réus e dar continuidade à análise do caso. A defesa de Cariani e dos demais indiciados aguarda o desenrolar dos próximos passos e acredita na inocência de seus clientes.