Polícia Federal conclui inquérito contra empresário e atleta por suspeita de envolvimento em esquema de desvio de produtos químicos.

A Polícia Federal concluiu o inquérito contra o empresário e atleta Renato Cariani, de 47 anos, sob a suspeita de envolvimento em um esquema de desvio de produtos químicos para a fabricação de drogas como cocaína e crack. O inquérito também indiciou Roseli Dorth, sócia do influenciador em uma empresa para venda de produtos químicos, a Anidrol Produtos para Laboratórios Ltda., em Diadema, e o suposto intermediário Fábio Spinola Mota, apontado como membro do PCC.

A conclusão do inquérito foi revelada pelo G1 e confirmada pela Folha. O inquérito foi encaminhado para o Ministério Público de São Paulo, que agora vai decidir quais medidas devem ser tomadas: o arquivamento do caso, novas diligências ou a denúncia dos suspeitos à Justiça.

O advogado de Renato Cariani afirmou que o indiciamento ocorreu antes mesmo de ele ter tido a oportunidade de prestar esclarecimentos e que as conclusões da Autoridade Policial expostas no relatório são equivocadas. O advogado alega que apresentou dezenas de documentos que comprovam a inocência de Cariani.

Durante a operação da PF no final de 2023, os policiais encontraram R$ 100 mil em espécie na casa de Mota. A hipótese da polícia é que parte do material adquirido legalmente pela Anidrol era desviada para a produção de cocaína e crack, utilizando indevidamente o nome da multinacional AstraZeneca. Foram desviadas cerca de 12 toneladas de produtos como acetona, éter etílico, ácido clorídrico, cloridrato de lidocaína, manitol e fenacetina, substâncias utilizadas para transformar a pasta base de cocaína em pó ou em pedras de crack.

A polícia aponta que as investigações tiveram início após a Receita Federal detectar depósito em dinheiro, no valor de R$ 212 mil, aparentemente feitos pela AstraZeneca, mas a empresa negou tal movimentação e também ligação com a empresa do influenciador.

A estimativa da PF é de que o esquema de desvios de produtos possa ter rendido ao grupo valores superiores a R$ 6 milhões. A investigação tem o recorte de 2016 a 2020 e segundo a polícia, novas fases devem ser desencadeadas. O influenciador e outros suspeitos devem ser denunciados sob acusação de tráfico equiparado, associação para fins de tráfico e pelo crime de lavagem de dinheiro, podendo ter penas que ultrapassem 35 anos de reclusão.

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