As ações fraudulentas eram apresentadas com promessas de retornos financeiros imediatos e lucros extraordinários. Um depósito de R$ 25, por exemplo, garantiria às vítimas um retorno de um octilhão de reais, equivalente a R$ 1.000.000.000.000.000.000.000.000.000. Para efeito de comparação, o bilionário francês Bernard Arnault, considerado o homem mais rico do mundo, possui um patrimônio de US$ 217,5 bilhões, o que equivale a R$ 1 trilhão na moeda brasileira, ou seja, 15 zeros a menos do que o valor mencionado pelos criminosos.
O grupo investigado é composto por aproximadamente duzentos membros, entre eles vários pastores que se aproveitavam dos fiéis frequentadores das igrejas. As comunicações eram realizadas principalmente através de redes sociais e aplicativos de mensagens, e a maioria das vítimas era composta por evangélicos.
A Operação Falso Profeta, conduzida pela Delegacia de Repressão aos Crimes Contra a Ordem Tributária, contou com a participação de cerca de 100 policiais civis de diversos estados do Brasil. Mandados de busca e apreensão foram cumpridos no Distrito Federal, Goiás, Mato Grosso, Paraná e São Paulo. Durante a operação, uma pastora foi presa em Santa Catarina.
A investigação revelou uma movimentação financeira superior a R$ 156 milhões nos últimos cinco anos, além da identificação de aproximadamente 40 empresas consideradas “fantasmas” ou de fachada, bem como a suspeita da existência de 800 contas bancárias relacionadas ao esquema criminoso.
Os suspeitos poderão responder por diversos crimes, incluindo estelionato, falsificação de documentos, falsidade ideológica, lavagem de dinheiro, crimes contra a ordem tributária e organização criminosa, conforme a participação de cada um no esquema.
A Polícia Civil do Distrito Federal segue em busca do pastor Osório José Lopes Júnior, considerado foragido, e trabalha para desmantelar completamente essa organização criminosa que causou prejuízos financeiros a milhares de pessoas.