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Petrobras Obtém Vitória no STF em Ação de R$40 Bilhões de Perdas Trabalhistas

A Petrobras obteve uma importante vitória no Supremo Tribunal Federal (STF) em uma ação judicial que poderia resultar em perdas estimadas em quase R$ 40 bilhões. Trata-se do maior esqueleto trabalhista da estatal, decorrente de um acordo coletivo assinado no segundo governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Este acordo, assinado em 2007, estabeleceu um piso salarial por região, chamado RMNR (remuneração mínima por regime e nível), equiparando salários da área administrativa aos valores pagos a empregados lotados em áreas de risco. Isso resultou em um aumento de 30% para os empregados de áreas administrativas ao incorporar os adicionais de periculosidade aos vencimentos de todos os trabalhadores, independentemente de atuarem em áreas industriais ou não.

O embate tem se arrastado nos tribunais desde então, com empregados lotados em áreas industriais entrando na Justiça em 2010 para reivindicar o pagamento retroativo de adicionais de periculosidade, previstos em lei. Em 2018, o Tribunal Superior do Trabalho (TST) deu ganho de causa aos trabalhadores, levando a Petrobras a recorrer ao STF.

A decisão proferida pela Primeira Turma do STF por três votos a um representa uma vitória significativa para a Petrobras. Os sindicatos de petroleiros já anunciaram que irão recorrer da decisão, o que implicará na análise do assunto pelo plenário do tribunal, prolongando um processo que já dura 13 anos.

A estatal já calcula as perdas possíveis em R$ 39,2 bilhões, um valor expressivo em comparação às estimativas de R$3,1 bilhões em 2014. O acordo que criou a RMNR foi assinado durante a gestão do sindicalista Diego Hernandes, sendo que a Federação Única dos Petroleiros também é signatária do acordo.

Em nota divulgada, a Petrobras ressaltou que o acordo de 2007 foi livremente firmado entre a empresa e os sindicatos, enquanto a FUP defende negociações com a estatal e alega que a aplicação da RMNR foi realizada de forma equivocada.

Com a repercussão da ação trabalhista e as cifras bilionárias envolvidas, a decisão do STF certamente terá desdobramentos significativos para a Petrobras, os sindicatos de trabalhadores e os empregados envolvidos, estabelecendo um novo marco jurídico em casos similares no setor. A batalha judicial envolvendo a estatal e seus empregados se estende há mais de uma década, envolvendo questões que vão além do âmbito meramente trabalhista, influenciando a gestão, os custos e a reputação da empresa.

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