Por décadas, esse antígeno tem sido alvo de estudo e mistério, sendo batizado em homenagem às primeiras duas pessoas conhecidas por não possuírem o mesmo. Com a identificação do grupo sanguíneo MAL, os especialistas do sistema público de saúde do Reino Unido, do laboratório International Blood Groups Reference Laboratory e da Universidade de Bristol finalmente resolveram essa questão que perdurava por 50 anos.
Os grupos sanguíneos são extremamente complexos, envolvendo diferentes sistemas e uma variedade de antígenos. Atualmente, são reconhecidos 47 sistemas de grupos sanguíneos e 360 antígenos, destacando a importância do novo grupo sanguíneo MAL como o 47º sistema de grupo sanguíneo identificado.
A presença da proteína Mal na superfície dos glóbulos vermelhos do sangue é fundamental para a classificação do grupo sanguíneo MAL e, consequentemente, para a detecção de pessoas AnWj negativas. Esse tipo de sangue pode gerar complicações em casos de transfusão de sangue AnWj positivo, tornando essencial o desenvolvimento de novos testes de genotipagem para identificar esses indivíduos raros e reduzir riscos durante procedimentos transfusionais.
O estudo, que analisou cinco indivíduos AnWj negativos, revelou informações valiosas sobre a hereditariedade dessa condição, destacando casos em uma família árabe-israelense. Ainda há muito a ser investigado em relação à prevalência do grupo sanguíneo MAL em diferentes etnias e populações, mas os resultados obtidos até o momento representam um avanço significativo na compreensão e tratamento de distúrbios hematológicos e complicações associadas à transfusão sanguínea.
Em resumo, a descoberta do grupo sanguíneo MAL é um marco na história da hematologia, abrindo portas para novas pesquisas e avanços no campo da medicina transfusional e genética. A identificação desse sistema de grupo sanguíneo representa um progresso importante na busca por estratégias mais eficazes de tratamento e prevenção de complicações relacionadas à compatibilidade sanguínea.