Pesquisadores brasileiros não encontraram gelo no Ártico, evidenciando os efeitos preocupantes das mudanças climáticas.

A primeira expedição oficial de pesquisadores brasileiros ao Ártico foi marcada por condições climáticas mais amenas do que o esperado. Ao invés de enfrentarem um clima gelado, os pesquisadores puderam usar camisas de manga curta durante alguns momentos da jornada. Essas condições, no entanto, são mais um indício das transformações profundas trazidas pela emergência climática à região ártica.

A expedição, que durou nove dias durante o mês de julho, teve como objetivo investigar as conexões de longa distância entre a biodiversidade do Ártico e da Antártida, região na qual a pesquisa nacional já tem uma tradição de décadas. A equipe brasileira incluiu pesquisadores da Universidade de Brasília, Universidade Federal de Minas Gerais e Universidade Católica de Brasília. O apoio logístico das Forças Armadas foi fundamental para a realização da expedição.

No entanto, as altas temperaturas dificultaram o acesso dos cientistas às geleiras de Svalbard, local onde a expedição ocorreu. As geleiras recuaram consideravelmente devido às temperaturas relativamente elevadas. Isso atrapalhou a coleta de amostras de gelo, que seriam utilizadas para sequenciar o material genético dos organismos presentes nesse gelo.

“A nossa ideia era obter amostras desse gelo para sequenciar o material genético dos organismos que estão presentes nesse gelo. No entanto, essa abordagem, conhecida como metagenômica, terá de ficar para uma próxima oportunidade”, explicou Micheline Carvalho Silva, pesquisadora da UnB.

Apesar do contratempo, a equipe planeja voltar ao Ártico em fevereiro, no fim do inverno, quando as condições são mais típicas. A expedição pretende alcançar as geleiras que recuaram cerca de dez metros por ano e coletar as amostras para estudo.

Além disso, os pesquisadores também observaram o aumento do turismo na região e os possíveis impactos ambientais que isso pode trazer. Navios com milhares de passageiros têm chegado com frequência ao Ártico, o que pode afetar ainda mais o ecossistema local.

As mudanças observadas pelos pesquisadores brasileiros durante a expedição ao Ártico refletem as transformações provocadas pela emergência climática. É cada vez mais importante entender e combater essas mudanças para preservar os ecossistemas e proteger o planeta.

Artigos relacionados

Botão Voltar ao topo