Os números revelam uma mudança na percepção dos brasileiros em relação ao cenário político, especialmente diante do aniversário de 60 anos do golpe militar que instaurou a ditadura no país, completado no último domingo, 31 de março. A pesquisa anterior, realizada em agosto de 2022, mostrava que 49% dos entrevistados acreditavam na impossibilidade de uma nova ditadura, enquanto 25% percebiam pouco risco e 20% viam uma ameaça concreta.
O contexto eleitoral de 2022, com a disputa entre Jair Bolsonaro (PL) e Lula (PT) no segundo turno, foi marcado pela polarização política e por acusações de ataques ao sistema eleitoral. Atualmente, investigações da Polícia Federal apontam para a existência de uma trama para manter Bolsonaro no poder após uma eventual derrota, o que reforça as preocupações com a preservação da democracia no país.
Entre os eleitores bolsonaristas, a pesquisa revela que 32% acreditam no risco de retorno da ditadura, enquanto 45% descartam essa possibilidade. Já entre os petistas e simpatizantes, 59% não acreditam na volta do totalitarismo, enquanto 24% veem alguma chance. Os entrevistados neutros apresentam índices semelhantes, com 55% não acreditando no risco, 24% vendo alguma possibilidade e 15% considerando que não há chance de retorno do regime autoritário.
Diante desses números, é importante refletir sobre os desafios enfrentados pela democracia brasileira e o papel dos eleitores na defesa dos princípios democráticos e na promoção de uma cultura política baseada no respeito à pluralidade de ideias e no fortalecimento das instituições democráticas.