Pesquisa do Datafolha revela que maioria dos eleitores brasileiros não acreditam na volta da ditadura, apesar de possíveis riscos

O Datafolha divulgou os resultados de sua mais recente pesquisa sobre a possibilidade de volta da ditadura no Brasil, realizada nos dias 19 e 20 de março, com 2.022 participantes em 147 cidades do país. De acordo com os dados, 53% dos eleitores não acreditam na chance de retorno do regime autoritário, o maior índice registrado desde que a pesquisa começou há uma década. Apenas 20% dos entrevistados veem essa possibilidade, enquanto 22% consideram que há um pequeno risco de retrocesso democrático.

Os números revelam uma mudança na percepção dos brasileiros em relação ao cenário político, especialmente diante do aniversário de 60 anos do golpe militar que instaurou a ditadura no país, completado no último domingo, 31 de março. A pesquisa anterior, realizada em agosto de 2022, mostrava que 49% dos entrevistados acreditavam na impossibilidade de uma nova ditadura, enquanto 25% percebiam pouco risco e 20% viam uma ameaça concreta.

O contexto eleitoral de 2022, com a disputa entre Jair Bolsonaro (PL) e Lula (PT) no segundo turno, foi marcado pela polarização política e por acusações de ataques ao sistema eleitoral. Atualmente, investigações da Polícia Federal apontam para a existência de uma trama para manter Bolsonaro no poder após uma eventual derrota, o que reforça as preocupações com a preservação da democracia no país.

Entre os eleitores bolsonaristas, a pesquisa revela que 32% acreditam no risco de retorno da ditadura, enquanto 45% descartam essa possibilidade. Já entre os petistas e simpatizantes, 59% não acreditam na volta do totalitarismo, enquanto 24% veem alguma chance. Os entrevistados neutros apresentam índices semelhantes, com 55% não acreditando no risco, 24% vendo alguma possibilidade e 15% considerando que não há chance de retorno do regime autoritário.

Diante desses números, é importante refletir sobre os desafios enfrentados pela democracia brasileira e o papel dos eleitores na defesa dos princípios democráticos e na promoção de uma cultura política baseada no respeito à pluralidade de ideias e no fortalecimento das instituições democráticas.

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