Pesquisa aponta que 29% das crianças e adolescentes já enfrentaram situações ofensivas e discriminatórias na internet, revela estudo.

Uma pesquisa recente realizada pelo Comitê Gestor da Internet no Brasil (CGI.br) revelou dados preocupantes sobre o uso da internet por crianças e adolescentes. De acordo com o estudo, três em cada dez jovens entre 9 e 17 anos já foram vítimas de situações ofensivas ou discriminatórias online, deixando-os chateados. Além disso, 30% desses jovens já tiveram contato com desconhecidos na internet, o que aumenta os riscos de exposição a conteúdos inadequados ou perigosos.

A coordenadora da pesquisa, Luísa Adib, destacou que os contatos com desconhecidos são mais frequentes entre os adolescentes mais velhos, que estão mais expostos aos riscos online. O principal meio de contato é por meio das redes sociais e mensagens instantâneas, o que ressalta a importância da mediação e orientação dos pais e responsáveis.

Outro ponto alarmante apontado pela pesquisa é o uso excessivo da internet. Cerca de 24% dos jovens entrevistados afirmaram que gostariam de passar menos tempo online, mas não conseguem controlar sua utilização. Além disso, 22% admitiram navegar sem interesse específico, enquanto outros 22% afirmaram que a internet atrapalhou suas atividades escolares e sociais.

A pesquisadora ressaltou a necessidade de orientações e regras que melhorem a qualidade e benefícios do uso da internet por crianças e adolescentes. Outro estudo realizado pelo Instituto Alana reforçou essas preocupações, evidenciando que a maioria dos entrevistados acredita que as empresas de redes sociais não estão protegendo adequadamente os jovens na internet.

Diante desses dados alarmantes, especialistas reforçam a importância da mediação parental, com a imposição de regras e limites de tempo de uso da internet. No entanto, destacam que a responsabilidade não deve recair apenas sobre os pais, mas também sobre as empresas e o Estado, que precisam atuar na proteção dos jovens online.

A pesquisa também apontou disparidades no acesso à internet entre diferentes classes sociais e regiões do país. Enquanto crianças das classes sociais mais altas têm acesso mais amplo e variado, as classes mais baixas enfrentam maior dificuldade de acesso. Essa desigualdade também se reflete na infraestrutura das escolas, onde o acesso à internet ainda é limitado.

É fundamental que a sociedade como um todo se mobilize para garantir um ambiente online seguro e saudável para crianças e adolescentes. A conscientização, a regulação e a mediação são ferramentas essenciais para enfrentar os desafios e garantir que os jovens possam usufruir dos benefícios da internet sem correr riscos.

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