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Pescadores invadem escritório da SPU em Salvador em protesto por regularização fundiária e proteção aos manguezais.

Cerca de 200 pescadores e pescadoras da Bahia realizaram uma invasão no escritório da SPU (Secretaria do Patrimônio da União) em Salvador, na última segunda-feira (22). O grupo prometeu ocupar o prédio público e não dá previsão de saída. Os manifestantes estão cobrando do governo medidas para regularização fundiária de comunidades tradicionais e ações de fiscalização nas áreas de praias e manguezais, que sofrem com a pressão de empreendimentos imobiliários e turísticos.

Liderados pelo Movimento dos Pescadores e Pescadoras Artesanais, a manifestação coincide com o Dia Mundial de Proteção aos Manguezais, a ser celebrado em 26 de julho. Em um manifesto direcionado ao órgão federal, os pescadores exigiram a retirada de cercas instaladas em praias e manguezais, além do direito das comunidades pesqueiras e quilombolas de opinar sobre a chegada de novos empreendimentos no litoral baiano.

As comunidades pesqueiras do litoral da Bahia enfrentam uma série de pressões e conflitos devido ao avanço dos empreendimentos imobiliários e turísticos na região. Um dos principais pontos de tensão é a implantação de um megaempreendimento turístico e imobiliário na ilha de Boipeba, em Cairu.

Esse empreendimento prevê ocupar uma área de 1.651 hectares, equivalente a 20% da ilha, nas proximidades da comunidade Cova da Onça, onde vivem aproximadamente 700 moradores de comunidades tradicionais. O escritório da SPU na Bahia está sob o comando do advogado Otávio Alexandre Freire da Silva, indicado para o cargo pelo deputado federal João Carlos Bacelar.

Até o momento, o Ministério da Gestão não se pronunciou sobre o protesto e as reivindicações dos pescadores. A manifestação destaca a importância da proteção dos manguezais e a necessidade de reparações históricas diante das desigualdades enfrentadas pelas comunidades pesqueiras e quilombolas.

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