O Ministério da Gestão foi procurado para comentar sobre o protesto e as demandas dos pescadores, porém, até o momento, não se pronunciou a respeito do ocorrido. O protesto, liderado pelo Movimento dos Pescadores e Pescadoras Artesanais, coincide com a proximidade do Dia Mundial de Proteção aos Manguezais, a ser celebrado em 26 de julho.
Em um manifesto direcionado ao órgão federal, os pescadores exigiram a remoção de cercas instaladas em áreas de praia e manguezais, sobretudo em regiões como Tinharé, Boipeba, Barra de Serinhaém, Quilombo Riacho Santo Antônio e outras localidades do litoral baiano. Além disso, solicitaram o direito das comunidades pesqueiras e quilombolas de opinarem sobre a chegada de novos empreendimentos nas proximidades, visando minimizar impactos negativos nas atividades de pesca e mariscagem artesanal.
O Movimento dos Pescadores e Pescadoras Artesanais reforçou a urgência das reivindicações, ressaltando a necessidade de reparação histórica diante das desigualdades sociais e raciais presentes nos modos de vida das comunidades pesqueiras. Enquanto isso, as pressões e conflitos enfrentados pelas comunidades pesqueiras do litoral baiano se intensificam com o avanço de megaprojetos turísticos e imobiliários, como o empreendimento previsto para a ilha de Boipeba, em Cairu.
Sob a gestão do advogado Otávio Alexandre Freire da Silva, nomeado para o cargo pelo deputado federal João Carlos Bacelar, o escritório da SPU na Bahia torna-se palco de um embate que evidencia a luta por direitos territoriais e a preservação das atividades tradicionais das comunidades pesqueiras.