O estudo, intitulado Desigualdades, teve como objetivo mensurar a percepção da população sobre a desigualdade social, racial, de gênero e de orientação sexual no Brasil, assim como a mobilidade social ao longo das gerações. Foram entrevistadas 2.000 pessoas em 129 municípios do país, entre os dias 4 e 8 de julho, com margem de erro de dois pontos percentuais para mais ou para menos.
Comparando com pesquisas anteriores, foi observado um declínio na percepção do aumento da quantidade de pessoas em situação de rua e com dificuldades para comprar comida. No entanto, mais da metade da população ainda acredita que houve um aumento da pobreza no país. Esse cenário se acentua em municípios nas capitais, periferias metropolitanas e cidades com mais de 500 mil habitantes.
O estudo também revelou que três em cada dez entrevistados precisaram realizar trabalhos extras para complementar a renda nos últimos meses. A percepção de melhoria nas condições de vida ao longo das décadas também foi relatada, com destaque para um aumento na escolaridade e renda em comparação com as gerações anteriores.
Divergências significativas foram observadas com relação ao investimento em educação nos últimos cinco anos, evidenciando as desigualdades sociais no acesso à qualificação. O coordenador de relações institucionais do Instituto Cidades Sustentáveis, Igor Pantoja, ressaltou a conexão entre renda, trabalho e estudo, enfatizando a importância de garantir condições mais equitativas para a população.
A pesquisa foi divulgada em conjunto com a atualização do Observatório das Desigualdades, que reúne dados oficiais de diversos setores e é organizado pelo movimento Pacto Nacional pelo Combate às Desigualdades. Esta iniciativa conta com a participação de 200 entidades, incluindo organizações do terceiro setor, associações municipais e profissionais.