Uma proposta de reforma no mercado de trabalho da União Europeia (UE) tem gerado controvérsias e desacordos entre os Estados-membros. Eram necessários pelo menos 15 dos 27 Estados-membros, que representam 65% da população da UE, para apoiar a reforma. No entanto, além da França, vários países, incluindo Itália, Finlândia, Grécia, Hungria e Suécia, criticaram o texto.
O ministro do Trabalho da França, Olivier Dussopt, explicou que Paris considerou o compromisso muito distante da posição adotada pelo Conselho em junho. Segundo ele, a questão das “requalificações” teria sido muito automática e gerado muitas disputas. Dussopt declarou perante o Senado que não poderiam apoiar uma norma que permitiria reclassificações em massa, inclusive de trabalhadores autônomos.
Apesar dos desacordos, um acordo político entre os legisladores foi anunciado em 13 de dezembro. No entanto, o texto terá que ser renegociado, cabendo à presidência belga, a partir de janeiro, determinar como chegar a um novo compromisso com os eurodeputados.
A posição da França nesse debate tem gerado críticas por parte de alguns parlamentares europeus. A eurodeputada Aurore Lalucq, do partido Place Publique, social-democrata, chegou a afirmar que “este governo prefere o Uber aos direitos dos trabalhadores e à Europa”, em referência à preferência da França pela empresa de transporte em detrimento dos direitos trabalhistas.
A proposta de reforma no mercado de trabalho da UE, que visa introduzir mudanças significativas nesse setor, continua sendo alvo de debates e desacordos mesmo após o anúncio de um acordo político. A questão das “requalificações” e seus impactos têm gerado controvérsias, aumentando a pressão sobre os líderes europeus para chegarem a um consenso e resolverem os impasses. O desfecho dessa discussão terá grandes implicações para o mercado de trabalho e a economia da União Europeia.