Além disso, a Opas destacou duas mortes confirmadas por febre do Oropouche no interior de São Paulo, assim como a possibilidade de transmissão vertical do vírus, da mãe para o bebê durante a gestação ou parto. A entidade também está monitorando óbitos fetais e casos de recém-nascidos com anencefalia que podem estar relacionados à infecção.
A organização ressaltou que as informações ainda estão em fase inicial de investigação e a verdadeira trajetória da doença é desconhecida, por isso o nível de risco para a região foi elevado para alto com base nas informações atuais disponíveis, mas com um nível moderado de confiança e cautela.
Dentre os critérios considerados para atualizar o nível de risco regional para a febre do Oropouche, a Opas mencionou o potencial risco para a saúde humana. A apresentação clínica do vírus varia na maioria dos casos de leve a moderada, com sintomas que costumam se resolver em sete dias. Apesar de complicações serem raras, foram documentados casos de meningite séptica. Recentemente, duas mortes associadas ao vírus foram relatadas no Brasil em meio a um surto da doença.
Adicionalmente, a Opas está investigando a transmissão vertical do vírus, com potenciais casos reportados no Brasil, incluindo mortes fetais e recém-nascidos com microcefalia. A propagação da doença também foi destacada, com casos confirmados em diversos países das Américas, principalmente na região amazônica.
No Brasil, pelo menos 10 estados fora da região amazônica confirmaram transmissão local da febre do Oropouche. A expansão do vírus e o aumento do risco de propagação são atribuídos às mudanças climáticas, desmatamento, urbanização descontrolada e outras atividades humanas que afetam o habitat e favorecem a interação entre vetor e hospedeiro. Até o momento, não há evidências de transmissão do vírus entre humanos.