O documento, que conta com 49 páginas, acusa o presidente de cometer um “ato de hostilidade contra Israel” por meio de declarações consideradas antissemitas. Lula fez a comparação entre a incursão de Israel na Faixa de Gaza e o extermínio de judeus promovido pela Alemanha nazista, o que gerou uma crise diplomática e foi apontado como crime de responsabilidade pelos parlamentares que assinaram o pedido de impeachment.
Além do erro técnico que resultou na falta de algumas assinaturas no requerimento inicial, Carla Zambelli pretende incluir outro argumento para fundamentar o impedimento de Lula: a alegação de que o presidente “procedeu de modo incompatível com o decoro do cargo”. A deputada anunciou que na próxima semana será realizada uma solenidade para oficializar a iniciativa.
A decisão sobre a continuidade do processo de impeachment cabe agora exclusivamente a Arthur Lira, presidente da Câmara dos Deputados. Mesmo que o número absoluto de assinaturas no requerimento não seja o principal fator, ele indica uma mobilização política. Flávio de Leão Bastos, especialista em Direito Constitucional, reforça que a decisão final está nas mãos de Lira, independentemente do número de assinaturas.
Carla Zambelli demonstrou otimismo nas redes sociais em relação ao pedido de impeachment, esperando contar com pelo menos um terço dos deputados da Câmara. A adesão ao requerimento não se limita aos parlamentares da oposição, havendo também apoio de membros de partidos que integram a base governista, mas que atuam individualmente na oposição ao governo de Lula.