Operação Última Milha: Cinco alvos continuarão presos por produção de fake news e monitoramento ilegal de autoridades públicas.

A mais recente fase da operação Última Milha trouxe à tona um escândalo que revela o suposto monitoramento ilegal de autoridades públicas e a produção de notícias falsas pela Agência Brasileira de Inteligência (Abin) do governo do presidente Jair Bolsonaro. Cinco indivíduos foram alvos dessa investigação e, após uma audiência de custódia realizada nesta sexta-feira (12/7), foi determinado que permanecerão presos. As prisões são preventivas e estão sujeitas a revisão a cada 90 dias.

Entre os capturados estão Marcelo Araújo Bormevet, ex-chefe da Coordenação-geral de Credenciamento de Segurança e Análise de Segurança Corporativa da Abin; Giancarlo Gomes Rodrigues, militar do Exército ligado ao Centro de Inteligência Nacional (CIN) da Abin; Richards Pozzer, artista gráfico indiciado na CPI da Covid por disseminação de desinformação; Mateus de Carvalho Spósito, ex-assessor da Coordenação-Geral de Conteúdo e Gestão de Canais da Secretaria de Comunicação Institucional; e Rogério Beraldo de Almeida, acusado de propagar fake news com base em informações fornecidas pela ‘Abin Paralela’.

De acordo com a Polícia Federal, auxiliares do então chefe da Abin, Alexandre Ramagem, abasteciam um grupo no WhatsApp com informações falsas sobre membros do Supremo Tribunal Federal (STF), políticos de oposição e jornalistas, com plena ciência da falsidade dessas informações. Ramagem nega as acusações, alegando motivação política devido à sua intenção de concorrer à prefeitura do Rio de Janeiro nas próximas eleições.

Além disso, a Polícia Federal aponta “indícios veementes” de corrupção passiva e deseja aprofundar as investigações sobre este aspecto. A organização criminosa envolvida no caso ainda não teve todos os seus integrantes identificados, e a PF destaca a continuidade das ações de desinformação, inclusive por parte de foragidos. A investigação também revelou que o sistema FirstMile, utilizado pela Abin, teria feito 33 mil monitoramentos ilegais durante a gestão de Bolsonaro, além de possíveis casos de coerção indireta para evitar demissões de servidores envolvidos.

O desdobramento dessa operação escandalosa ainda promete trazer à tona novos detalhes e revelações sobre as atividades ilícitas da ‘Abin Paralela’ e seus cúmplices. A sociedade aguarda por justiça e transparência para que casos como esse não voltem a se repetir.

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