O corpo de Júnior foi encontrado próximo ao bairro Sítio Conceiçãozinha, porém, ele havia sido visto pela última vez na Vila Edna, a mais de cinco quilômetros de distância do local onde foi encontrado morto. A família afirma que Júnior não teria motivo para estar no Sítio Conceiçãozinha, uma vez que não frequentava aquela região.
A morte de Júnior ocorreu durante a Operação Escudo, que completou um ano recentemente. Esta operação, que é fruto da gestão de Tarcísio de Freitas na segurança pública, já resultou em 93 mortes, de acordo com dados oficiais. Entre os casos analisados, estão sete situações em que promotores não encontraram provas suficientes contra os policiais envolvidos e solicitaram o arquivamento dos inquéritos.
No caso específico de Júnior, a família contesta a versão policial e alega que ele foi capturado na Vila Edna, colocado em uma viatura e executado no local onde seu corpo foi encontrado. Segundo relatos da irmã de Júnior, ele não tinha envolvimento com crimes violentos, tendo, inclusive, se tornado pastor enquanto cumpria pena no sistema prisional.
A família de Júnior, assim como a mãe de João Lucas Pereira de Oliveira Muniz – morto em circunstâncias semelhantes – estão em busca de respostas e justiça para os casos. Na tentativa de elucidar os fatos, eles têm contado com a ajuda da comunidade e realizando diligências por conta própria.
Os casos de violência policial na Baixada Santista têm levantado questionamentos sobre a atuação das autoridades e a necessidade de mais transparência e investigação. As famílias das vítimas buscam por respostas que tragam alguma forma de justiça para os seus entes queridos, em meio a um cenário marcado por tensão e violência.