Mais do que um grupo de extrema direita de viés populista e golpista, o governo Bolsonaro se revelou uma organização criminosa que utilizava essas tintas ideológicas para encobrir operações ilegais de roubo, contrabando e fraude. Era a República da Muamba.
A palavra “muamba”, de origem africana, já estava presente no Brasil há muito tempo, mas agora chegou ao primeiro escalão da vida nacional, ou pelo menos do que resta dele. Essa palavra, dicionarizada desde o século 19, tem suas raízes na língua quimbundo, falada em Angola, onde significa “engradado de hastes e folhas de palmeiras usado em viagens, cesto, carga, carreto”. No país africano, também é usado para se referir a um ensopado feito com dendê.
No Brasil, a palavra “muamba” adquiriu novos significados ao longo do tempo. Primeiro, passou a ser associada ao furto de mercadorias armazenadas em portos, depois ao comércio de produtos roubados e ao contrabando. Além disso, também passou a ser usada para se referir a golpes e fraudes.
Apesar de sua importância cultural, a palavra “muamba” tem pouca presença na literatura brasileira. Registros dela são raros, sendo encontrados principalmente nas obras de autores que se dedicaram a retratar a linguagem das ruas, como João Antônio e Rubem Fonseca.
O dicionário Houaiss menciona que a palavra “muambeiro” está em obsolescência desde 1990, sendo substituída pelo termo “sacoleiro”.
No entanto, as recentes trapalhadas do assistente de ordens da República da Muamba, Mauro Cid, afastaram definitivamente a possibilidade de obsolescência do termo “muambeiro”.
As investigações da Polícia Federal sobre a República da Muamba estão em andamento e revelam um governo marcado pelo crime e pela corrupção. A população brasileira espera que todos os envolvidos sejam responsabilizados e que medidas sejam tomadas para evitar que esse tipo de organização criminosa volte a se instalar no poder.