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“Operação Cerco a Paris”: Revolta dos Agricultores Franceses Pede Medidas Concretas para Setor em Crise Econômica

O “Cerco a Paris”: Agricultores franceses protestam por melhores condições de trabalho

Nesta segunda-feira (29), a imprensa francesa destaca em suas manchetes o “cerco a Paris”, movimento convocado pela Federação Nacional dos Sindicatos de Agricultores da França (FNSEA) e pelo sindicato Jovens Agricultores. Determinados, os agricultores alegam que continuam à espera de medidas concretas para trabalhar e viver melhor, e reivindicam, principalmente, melhores condições financeiras.

O jornal L’Humanité estampa a frase “500 euros por mês, não podemos conviver com isso”, refletindo a insatisfação da categoria com os rendimentos atuais. Por sua vez, o Ouest-France, maior jornal regional da França, destaca que a revolta, iniciada na região de Toulouse, no sudoeste do país, está se espalhando até Paris.

O Le Figaro observa que a tensão entre os agricultores e o Governo está crescendo, enquanto o diário econômico Les Echos alerta para o risco de uma escalada, uma vez que o primeiro-ministro não conseguiu satisfazer as demandas da categoria, mesmo após uma série de concessões feitas durante o fim de semana.

A crise na agricultura francesa não se resume apenas à insatisfação dos agricultores, mas também se estende aos produtos importados. O jornal Le Parisien destaca a crise envolvendo os produtores franceses de frango, que simboliza a revolta atual. Mais de 50% do frango consumido na França é proveniente atualmente de concorrentes europeus e de países de fora da União Europeia, devido à falta de competitividade do produto nacional. Isso representa um montante de € 1,5 bilhão de importações por ano, conforme aponta a reportagem.

A situação é considerada paradoxal pelos agricultores, uma vez que os franceses estão consumindo mais frango do que nunca, mas a preferência está nos cortes de filé em bandeja, e não no frango inteiro tradicional. Diante desse cenário, os agricultores franceses estão determinados a fazer valer suas reivindicações e lutar por melhores condições de trabalho e de mercado para seus produtos. A tensão está no ar e a pressão sobre o Governo tende a aumentar nos próximos dias.

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