Ao longo dos anos, a ONU produziu documentos importantes que são referência para acadêmicos, mas a sua eficácia tem sido cada vez mais questionada. O Conselho de Segurança, formado por cinco membros de primeira classe, está politicamente estagnado, incapaz de aprovar resoluções substanciais. Enquanto isso, diversos conflitos ao redor do mundo continuam a ceifar vidas e desafiar a capacidade da comunidade internacional de promover a paz.
O mundo contemporâneo passou por mudanças drásticas, com o desmoronamento dos impérios coloniais europeus, a dissolução da URSS e o surgimento de um mundo multipolar. China e EUA disputam a primazia nas relações internacionais, enquanto outras potências como Rússia, Índia e Brasil enfrentam desafios internos. No entanto, o multilateralismo hoje consiste em agrupar nações ao redor dos líderes, seja China, seja os EUA. Isso tem gerado uma série de conflitos e tensões, colocando em xeque a capacidade da comunidade internacional de resolver questões globais de forma pacífica e cooperativa.
Diante desse cenário, a Organização Mundial de Comércio, o Banco Mundial e o FMI têm perdido relevância, enquanto as relações bilaterais continuam a moldar a geopolítica global. Vivemos em um mundo hobbesiano, onde a força bruta é muitas vezes a única solução para os conflitos. No entanto, a preservação da civilização requer um pacto social mundial que permita a cooperação entre as nações e a busca pela paz e pela justiça em escala global.
Portanto, cabe refletir sobre o futuro do multilateralismo e da capacidade da comunidade internacional de enfrentar os desafios do século XXI. A morte aparente da ONU deve nos levar a repensar a forma como lidamos com conflitos e como promovemos a paz e a cooperação entre as nações. A busca por uma ordem mundial mais justa e pacífica deve ser uma prioridade para as gerações futuras.