Filha de lavradores, Odette sempre sonhou em ser esportista, mas o caminho até o pódio foi repleto de obstáculos. Inicialmente, trabalhou como doméstica e merendeira de escola pública antes de ter a oportunidade de se dedicar integralmente ao atletismo. Foi através do técnico Argemiro Roque, seu primeiro e único namorado, que Odette deu início à sua trajetória de conquistas no arremesso de peso, lançamento de dardo e de disco.
Ao longo de sua carreira, a atleta enfrentou inúmeras adversidades, como a necessidade de remendar as sapatilhas rasgadas durante uma Copa Latina. Mesmo assim, ela conquistou seu terceiro recorde sul-americano no lançamento do disco, marcando sua resiliência e determinação.
Além de ter vencido inúmeras competições no Brasil, América Latina e em diversos países, Odette também trabalhou como professora na Escola Preparatória de Cadetes do Exército (EsPCEx) por cerca de quatro décadas, deixando sua marca como uma técnica exigente e dedicada.
Após encerrar suas competições oficiais, devido a várias lesões, a atleta continuou participando de competições para veteranos, mantendo-se ativa e engajada no esporte. Odette também foi responsável por formar novas gerações de atletas em Campinas, sempre levando sua metodologia rígida e seu bom humor para os treinamentos.
Para além de seu legado esportivo, Odette também ficou conhecida por sua generosidade. Ela distribuía frutas e sorrisos aos seus alunos, demonstrando não apenas sua paixão pelo esporte, mas também seu carinho e respeito pelas pessoas ao seu redor. Apaixonada por animais, ela chegou a ter 15 cachorros em casa.
A morte de Odette marcou a cidade de Campinas, que perdeu uma de suas figuras mais icônicas. Seu nome, entretanto, permanecerá gravado na história do esporte local, inspirando futuras gerações a conquistar seus próprios sonhos. A atleta deixa saudades e uma lembrança inesquecível para todos aqueles que tiveram a oportunidade de conhecê-la e serem impactados por sua determinação e bondade.
