Essa situação é resultado de um acúmulo de obras que estão sendo realizadas simultaneamente nas margens do rio Pinheiros. Essas obras estão sendo realizadas por diferentes responsáveis, como o Metrô, o Departamento de Águas e Energia Elétrica (DAEE), a construtora JHSF e a concessionária de trens ViaMobilidade. Todas essas obras estão sob a orientação do governo paulista, que é o responsável pela área.
Segundo a Secretaria dos Transportes Metropolitanos (STM), a decisão de interditar as ciclovias e ocupar o espaço com caminhões e máquinas de construção foi tomada visando a segurança dos ciclistas durante as atividades de construção. No entanto, essa medida tem causado transtornos para os ciclistas que utilizam essas vias como meio de transporte e lazer.
Na margem oeste do rio Pinheiros, as obras da construtora JHSF para transformar a Usina de Traição em um condomínio comercial estão interditando 7 dos 10,6 km da ciclovia do Parque Linear Bruno Covas. Além disso, a construtora também derrubou um bosque com árvores nativas e desviou as pistas da Marginal Pinheiros, interditando um trecho de 1,5 km da ciclovia. A empresa promete construir uma nova estrutura cicloviária com acesso livre e gratuito, porém não informou quando isso será concluído.
Já na margem leste, as obras interrompem a ciclovia Franco Montoro em dois trechos: um de 4,1 km, devido às obras de contenção da margem, e outro de 5,2 km, entre a passarela flutuante e a ponte João Dias. Essas interdições são consequências das obras do DAEE e da obra da Linha 17-Ouro do Metrô, que foi retomada recentemente pelo governo paulista.
Essa situação tem causado indignação e prejuízos para os frequentadores e comerciantes da região. Oséias Matoso, que administra um quiosque de café na ciclovia Franco Montoro, relatou uma queda de 70% nas vendas. Além disso, há relatos de assaltos e roubos de bicicletas durante os desvios oferecidos aos ciclistas.
Apesar disso, não há previsão para a liberação dos trechos interditados. O governo paulista, por meio da Secretaria de Parcerias e Investimentos (SPI), não deu uma resposta sobre quando isso será resolvido. Enquanto isso, os ciclistas precisam lidar com os transtornos e buscar alternativas para se deslocarem entre as zonas sul e oeste da cidade.