De acordo com o ex-líder francês, uma aliança com o Brasil seria uma oportunidade de estabelecer uma base na América Latina e fortalecer as exportações francesas. Ele descreve o Brasil como um “colosso de dimensão humana”, devido à sua população de 200 milhões de habitantes e sua posição como uma das maiores democracias do mundo. No entanto, ele também reconhece que a economia brasileira ainda está em desenvolvimento e, por isso, a parceria com a França não poderia ser baseada em dominação ou atropelos.
Sarkozy ressalta o poder do Brasil como um aliado valioso, mas também destaca sua fraqueza em relação à França. Segundo ele, essa é a razão pela qual a relação bilateral entre os dois países pode ser equilibrada e benéfica para ambas as partes.
O livro revela uma visão íntima da relação entre líderes mundiais, com Sarkozy compartilhando detalhes de encontros e suas impressões sobre Lula. Ele enfatiza que, apesar das diferenças entre eles, como a língua, orientação política e histórico pessoal, o fato de Lula ser de esquerda não era um problema. Pelo contrário, Sarkozy via essa amizade “estranha” como uma oportunidade de fortalecer sua influência internacional.
Essa abordagem de Sarkozy em relação ao Brasil reflete uma tendência crescente na Europa de buscar laços mais estreitos com países latino-americanos. Com a América Latina se tornando uma região estratégica em termos econômicos e políticos, os líderes europeus têm buscado oportunidades de cooperação e alianças que possam impulsionar suas próprias economias e influência internacional.
No entanto, o livro de Sarkozy também levanta perguntas sobre a agenda por trás dessa relação bilateral. Seria uma parceria genuína baseada em interesses mútuos, ou estaria a França buscando apenas seus próprios benefícios e influência na região? Essas são questões que os leitores são deixados para ponderar.
De qualquer forma, o livro de Sarkozy oferece uma visão fascinante das relações internacionais e da forma como os líderes mundiais constroem alianças estratégicas. Além disso, destaca a importância cada vez maior do Brasil e da América Latina no cenário global. O livro certamente gerará mais discussões e debates sobre a política externa e as relações internacionais nos próximos meses.