De acordo com as investigações, os desvios teriam ocorrido entre meados de 2022 e o início deste ano. A operação revelou a participação de Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, e seu pai, o general de Exército Mauro Lourena Cid. O militar trabalhava no escritório da Apex, em Miami.
Conforme as normas estabelecidas pelo Tribunal de Contas da União (TCU), os presentes recebidos de governos estrangeiros deveriam ser incorporados ao Gabinete Adjunto de Documentação Histórica (GADH), um setor da Presidência da República responsável pela guarda dos presentes. Esses presentes não poderiam ser mantidos no acervo pessoal do ex-presidente Bolsonaro e, tampouco, deixar de ser catalogados.
Diante desses fatos, o STF autorizou a quebra do sigilo bancário e fiscal de Jair Bolsonaro e Michelle Bolsonaro, visando obter mais informações e provas sobre a suposta organização criminosa e suas atividades ilícitas. É importante ressaltar que essa autorização não significa que eles sejam culpados dos crimes investigados, mas busca-se esclarecer as circunstâncias e a extensão dos desvios.
O ex-presidente e a ex-primeira-dama ainda não se pronunciaram sobre o assunto, porém, a Agência Brasil está em busca de contato com a defesa de Bolsonaro para obter maiores informações e possíveis posicionamentos em relação às acusações.
A quebra do sigilo bancário e fiscal de Jair Bolsonaro e Michelle Bolsonaro representa mais um capítulo da investigação da Operação Lucas 12:2, que procura desvendar os possíveis envolvimentos do ex-presidente e da ex-primeira-dama nos desvios e comércio ilegal de presentes recebidos do exterior. Essa medida reforça a necessidade de transparência e responsabilidade no exercício de cargos públicos, bem como de garantir a adequada catalogação e guarda dos bens recebidos pelos representantes do país. O desdobramento desse caso certamente continuará a atrair a atenção da imprensa e da sociedade, na busca pela verdade e pelo esclarecimento dos fatos.