O advogado Zanin dá permissão para Dias não se pronunciar durante a CPMI do dia 8 de janeiro.

O ex-ministro Chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) da Presidência da República do atual governo, general Marco Gonçalves Dias, conhecido como G. Dias, foi autorizado pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Cristiano Zanin a permanecer em silêncio durante seu depoimento na Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) dos Atos Golpistas. A CPMI está investigando os atos antidemocráticos ocorridos em 8 de janeiro.

O depoimento de G. Dias está agendado para esta quinta-feira (31) e, de acordo com a decisão do ministro Zanin, o ex-ministro do GSI não é obrigado a se autoincriminar e produzir provas contra si mesmo durante a oitiva. Tal direito está previsto na Constituição Federal.

No entanto, Cristiano Zanin ressaltou que G. Dias deve responder a perguntas objetivas que não estejam diretamente relacionadas ao conteúdo que o incrimine. Ou seja, ele não será dispensado de responder a indagações que não envolvam sua incriminação, pois todos têm a obrigação de dizer a verdade em relação a essas questões.

Ao conceder a liminar, o ministro do STF garantiu a G. Dias os direitos ao silêncio, à assistência de um advogado durante o depoimento, à não obrigatoriedade de dizer a verdade e à não sofrer constrangimentos físicos ou morais.

Vale destacar que o general Gonçalves Dias já havia pedido demissão da chefia do GSI em abril deste ano, após a divulgação, pela imprensa, de imagens das câmeras de segurança do Palácio do Planalto. Essas imagens mostravam o militar e outros funcionários do gabinete do GSI caminhando dentro do Planalto enquanto vândalos depredavam e tomavam água no local, durante a invasão ocorrida em janeiro.

Em junho, a CPMI dos Atos Golpistas aprovou a convocação de G. Dias para prestar depoimento como testemunha. Na ocasião, o ex-ministro negou as acusações de omissão ou conivência e afirmou ter atuado para proteger o Palácio do Planalto. Ele também alegou ter recebido informações divergentes dos membros do GSI na época, o que o teria levado a uma má avaliação dos fatos.

Agora, com a autorização de Cristiano Zanin, G. Dias poderá exercer seu direito ao silêncio durante o depoimento na CPMI. Resta aguardar como essa decisão do STF afetará as investigações em curso.

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