Número de assessores policiais à disposição do secretário de Segurança Pública de São Paulo supera efetivo de 588 cidades no estado

O secretário da Segurança Pública de São Paulo, Guilherme Derrite (PL), tem chamado a atenção pelo número significativo de assessores policiais militares à sua disposição. De acordo com dados sigilosos obtidos pela imprensa, Derrite contava com 241 assessores PMs em novembro passado, um aumento em relação aos 183 policiais na função um ano antes. Esse contingente supera o efetivo empregado pela Polícia Militar em 588 municípios paulistas, o que representa 91,2% das cidades do estado.

A alocação desse efetivo para as assessorias tem gerado controvérsias. Enquanto o governo paulista afirma que a medida não prejudicou as operações realizadas no ano passado, há críticas em relação ao uso político da instituição policial. Além disso, o aumento da equipe do secretário contrasta com a redução do efetivo da PM em diversas regiões do estado, incluindo a Baixada Santista, que enfrenta uma crise de segurança.

A criação de novas assessorias também tem gerado polêmica. Recentemente, foi criada uma nova assessoria para atender à cúpula da Secretaria da Fazenda e Planejamento do estado, denominada APMSEFAZ. Segundo coronéis ouvidos pela imprensa, a criação dessa assessoria seria desnecessária diante do perfil da pasta, e seria uma forma de o secretário agradecer o apoio da Fazenda na concessão do reajuste à polícia no ano passado.

Especialistas em segurança pública têm criticado o uso político da Polícia Militar de São Paulo, destacando o desvio de função dos policiais empregados nas assessorias. A criação dessas assessorias, com uma ampla quantidade de policiais à disposição, serve mais para fins políticos e de relações públicas do que para a efetiva segurança pública.

No geral, o aumento do efetivo do secretário e a criação de novas assessorias estão sendo questionados pela sociedade civil e por especialistas, que apontam para possíveis prejuízos na atuação da Polícia Militar e no combate à criminalidade no estado de São Paulo. A transparência e a prestação de contas sobre a real necessidade dessas assessorias e o impacto na segurança pública são temas que precisam ser debatidos e esclarecidos pelas autoridades responsáveis.

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