Segundo informações obtidas junto a policiais, os relatórios de pesquisa estão sendo enviados com a nova logomarca, indicando a mudança ocorrida no primeiro semestre deste ano. Apesar da mudança de nome e logomarca, os policiais destacam que não houve ganhos operacionais significativos, já que o sistema continua praticamente o mesmo, apenas estampando a marca criada pela atual gestão.
A criação do programa Detecta ocorreu em 2014, durante a campanha de reeleição do então governador Geraldo Alckmin, pelo PSDB, e foi anunciado como a mais moderna ferramenta de combate ao crime no mundo. No entanto, após três anos e um investimento de mais de R$ 30 milhões, o governo paulista abandonou a primeira versão do sistema devido a falhas, não conseguindo concretizar a principal mudança anunciada, que seriam os vídeos analíticos.
A expectativa é que o novo programa, Muralha Paulista, implementado pela gestão atual, consiga cumprir as promessas feitas há uma década, como integrar uma rede de câmeras ao sistema de monitoramento e armazenar imagens. No entanto, especialistas ressaltam que a eficácia real desse tipo de sistema para o policiamento pode ser limitada.
Para o pesquisador Daniel Edler, do Núcleo de Estudos da Violência da USP, o Detecta não cumpriu integralmente suas promessas iniciais e a mudança de nome para Muralha Paulista só se justificaria se houvesse uma reestruturação total do sistema. Edler ressalta que investir em iniciativas como o BO eletrônico seriam mais benéficas para a rotina da polícia do que um algoritmo de identificação.
Diante das mudanças em andamento na segurança pública de São Paulo, cabe acompanhar de perto como o programa Muralha Paulista se desenvolverá e quais resultados poderá trazer para a população. A expectativa é que as ações do governo atual contribuam efetivamente para a segurança e o combate ao crime no estado.
