Além disso, a pobreza afeta de forma mais intensa as mulheres negras do que as brancas. Os números revelam que as negras representam 8% da população feminina em extrema pobreza, em comparação com 3,6% das brancas. Na faixa de pobreza, as negras também estão em maior número, com 41,3% em comparação com 21,3% das brancas.
A desigualdade de gênero também é evidente quando se analisa os rendimentos. As mulheres ganham em média 78,9% do que os homens recebem, sendo ainda mais desafiador para as profissionais de ciência e intelectuais, com um salário equivalente a apenas 63,3% do dos homens.
Outro fator que impacta a participação das mulheres no mercado de trabalho é a presença de crianças em casa. Enquanto a taxa de ocupação das mulheres cai para 56,6% quando há crianças de até 6 anos no ambiente, a dos homens sobe para 89%. A realização de afazeres domésticos também contribui para essa discrepância, com as mulheres dedicando mais do dobro de horas do que os homens nessas atividades.
É importante ressaltar que a luta das mulheres para garantir o sustento e criar suas famílias é constante. Histórias como a de Antônia do Perpétuo Socorro dos Santos, que enfrentou inúmeras dificuldades para garantir um futuro melhor para suas filhas, evidenciam a resiliência e determinação desse público. Aos 65 anos, Antônia se orgulha de ter superado obstáculos e de ver suas filhas bem encaminhadas na vida, destacando que todo esforço valeu a pena.
Diante desses desafios, é fundamental que sejam adotadas políticas públicas e medidas que promovam a igualdade de gênero, combatam a pobreza e garantam oportunidades para que todas as mulheres possam ter uma vida digna e próspera. A luta pela equidade de gênero e contra a desigualdade social deve ser uma prioridade em nossa sociedade.