Durante a conversa, lembramos de uma mulher elegante que conhecemos que usa peruca. Essa prática parece ser mais aceitável entre as mulheres, pois há uma espécie de tabu em relação à calvície feminina. A sociedade ainda espera que as mulheres mantenham uma aparência tradicionalmente feminina, o que inclui uma cabeleira vasta e, de preferência, longa.
Apesar de mais comum nos homens, a calvície também afeta mulheres, seja por predisposição genética, tratamentos médicos, estresse ou outras causas. A calvície feminina é frequentemente camuflada para evitar desconforto nos olhares alheios, evidenciando um padrão de beleza bastante exigente em relação aos cabelos femininos.
Diferente do reconhecimento dado aos homens calvos, poucas mulheres carecas são conhecidas publicamente. Aquelas que optam por demonstrar sua verdadeira aparência enfrentam questionamentos e julgamentos. Uma amiga minha, ilustradora, chegou a tatuar a cabeça para desviar a atenção das pessoas, e outra, em tratamento contra o câncer, usou peruca para se sentir mais confortável.
A pressão estética sobre as mulheres em relação aos cabelos está presente até nos momentos de fragilidade, como durante uma doença. É hora de questionarmos esses padrões de beleza e aceitarmos a diversidade capilar sem preconceitos. É das carecas que eles gostam mais, e essa realidade precisa ser devidamente reconhecida e respeitada em toda a sua complexidade.