O estudo, publicado na renomada revista científica JAMA Network Open, analisou as respostas de 214 mulheres com idade média de 60,8 anos, das quais 140 possuíam animais de estimação. Das participantes, 72,6% tinham histórico de abuso infantil. As mulheres responderam a questionários sobre sintomas de ansiedade e depressão, e aquelas que possuíam pets também foram questionadas sobre a relação com seus animais.
Os resultados apontaram que o apego aos cachorros está diretamente ligado à redução de sintomas de depressão e ansiedade, especialmente entre as sobreviventes de abuso. A epidemiologista Eva Schernhammer, coautora do estudo, ressaltou que quanto maior o vínculo com o animal de estimação, menor é o risco de desenvolver problemas de saúde mental.
Interessantemente, o estudo também revelou que o apego aos gatos não teve o mesmo impacto positivo na saúde mental das mulheres participantes. Os pesquisadores destacaram que serão necessárias mais investigações para compreender essa diferença.
Segundo Elton Kanomata, psiquiatra do Hospital Israelita Albert Einstein, a relação entre os animais de estimação e a saúde mental está no cuidado e na companhia proporcionados pelos pets. Os cachorros, por exemplo, podem ajudar a combater a solidão e incentivar a prática de atividades físicas, como as caminhadas.
Além disso, a pesquisa enfatizou que mulheres que sofreram abusos na infância podem ser beneficiadas de forma significativa pelo amor de seus animais de estimação. Existem cada vez mais evidências de que animais de suporte emocional podem auxiliar em crises de pânico, proporcionar apoio a pessoas com autismo e até identificar alucinações de tutores com esquizofrenia.
Em resumo, a ligação entre tutor e animal de estimação é a variável mais importante para obter benefícios para a saúde mental. A pesquisa da Universidade Harvard abre caminho para novos estudos que buscam descobrir os mecanismos por trás desses benefícios e como eles podem ser melhor explorados para o bem-estar das pessoas.