Sarah procurou um hospital em Juiz de Fora para fazer exames que verificassem a possibilidade de reverter a laqueadura, porém, foi informada de que não poderá mais engravidar. Segundo a moradora, essa situação é algo que não tem preço e ela terá que conviver com essa impossibilidade pelo resto da vida. As declarações foram enviadas por mensagem de seu advogado, Carlos Magno Biagi, à reportagem.
A decisão de pagar a indenização foi tomada pela 11ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça de Minas Gerais, que confirmou a sentença da Comarca de Juiz de Fora. Não houve nenhum recurso após a decisão em segunda instância e o valor já foi pago.
A laqueadura ocorreu em junho de 2012, quando Sarah tinha 21 anos, durante uma cesariana realizada no hospital da Fundação Educacional Dom André Arcoverde, localizado em Valença, Rio de Janeiro. Somente quatro anos depois, ao fazer uma ultrassonografia, Sarah descobriu que havia passado pelo procedimento. A ação que resultou na indenização foi movida em 2018.
A reportagem tentou entrar em contato com o hospital para obter um posicionamento, mas não recebeu resposta até o momento da publicação. No processo, a instituição afirmou que durante a cesárea, foram identificadas aderências nos ovários e trompas ao intestino, o que poderia bloquear parcial ou totalmente o órgão.
O juiz de primeira instância, Sergio Murilo Pacelli, através de testemunhas e perícias, concluiu que não houve uma explicação adequada à paciente sobre o procedimento, posicionamento que foi mantido na decisão de segunda instância, de acordo com informações do Tribunal de Justiça.
O advogado de Sarah afirmou que o valor pago pelo hospital como indenização foi exatamente o solicitado. Ele classificou a atitude do hospital como “deplorável” e ressaltou que a paciente deveria ter sido informada sobre o procedimento antes que ele fosse realizado. O advogado destacou que a mulher é a única responsável por decidir se quer ou não ter filhos.
É lamentável ver casos como esse, nos quais a autonomia e o direito das mulheres são desrespeitados. Espera-se que a indenização recebida por Sarah possa, de alguma forma, amenizar o sofrimento que ela está passando devido a essa negligência médica. É essencial que os profissionais de saúde sejam mais cuidadosos e respeitem as decisões das pacientes em relação ao seu próprio corpo e vida reprodutiva.






