A alteração no calendário vacinal do Sistema Único de Saúde (SUS) para a região Norte do Brasil tem gerado questionamentos e incertezas entre a população. A vacinação contra influenza, o vírus da gripe, está sendo aplicada levando em consideração a sazonalidade do vírus, que circula com maior intensidade em épocas diferentes, de acordo com o clima de cada região. Chuva e umidade contribuem para a proliferação do vírus, mas o calor não exerce influência nesse processo.
Com o intuito de esclarecer as principais dúvidas sobre a vacinação no verão, a Folha ouviu dois especialistas no assunto: o infectologista Renato Kfouri, vice-presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm), e Letusa Albrecht, bióloga e pesquisadora em saúde pública da Fiocruz Paraná.
É importante salientar que a vacina contra a gripe no verão é recomendada para os moradores da região Norte do Brasil, como Acre, Amapá, Amazonas, Pará, Rondônia, Roraima e Tocantins. Para aqueles que não residem nessa região e ainda não receberam nenhuma dose contra a gripe em 2023, a aplicação da vacina também é recomendada.
Ainda, conforme os especialistas, o aumento de casos de gripe está relacionado à umidade e à chuva, sendo que a aglomeração de pessoas também contribui para a propagação do vírus. Outras regiões do Brasil, portanto, não tiveram seus calendários vacinais modificados, uma vez que foram considerados os períodos de maior circulação do vírus e de maior número de casos registrados em cada região.
Ademais, a recomendação é a mesma para todas as faixas etárias: só devem tomar a vacina no momento atual aqueles que moram no Norte ou aqueles que ainda não receberam nenhuma dose em 2023. Aqueles que já tomaram a vacina no primeiro semestre de 2023 também podem tomar novamente, porém, a vacina só é indicada em épocas de circulação alta do vírus, que varia em cada região.
Os especialistas também esclarecem que o calor não interfere na proliferação do vírus nem nas chances de reação à vacina. Além disso, a vacina aplicada no verão é a mesma do inverno, pois ambas têm a mesma composição e são trivalentes, protegendo contra três diferentes cepas do influenza.
Portanto, é essencial ficar atento e seguir as orientações dos órgãos de saúde em relação à vacinação contra a gripe, garantindo assim a proteção e prevenção contra o vírus.