No entanto, fora de casa, esse acolhimento também acontece, por meio dos diferentes tipos de aquilombamento que são construídos nas ruas. Esses espaços coletivos de pertencimento e sociabilidade permitem que seus membros se fortaleçam e sobrevivam às adversidades da vida.
No mesmo episódio do podcast, Clara Moneke pontuou que a população LGBT+ geralmente não tem essa experiência de acolhimento dentro de casa. Ela destacou que alguém que sofra racismo fora de casa pode ter esperança de encontrar apoio entre os seus, mas no caso dos LGBTs, isso nem sempre é possível.
Enquanto uma pessoa negra pode ter familiares negros para lhe oferecer suporte, uma pessoa LGBT+ dificilmente terá outros familiares LGBT+. Portanto, o entendimento e acolhimento provavelmente virão de fora de casa, em um contexto que muitas vezes é hostil e sem trégua.
É importante ressaltar que as divergências dentro do movimento LGBT+ são históricas e saudáveis. Porém, é fundamental que, como uma boa família, haja a capacidade de resolver essas diferenças e encontrar um ponto comum. Mais do que nunca, é necessário criar espaços onde os dissidentes também possam se sentir acolhidos e encontrar um pouco de paz.
Se nossas famílias biológicas nem sempre estão abertas ao acolhimento de que tanto precisamos, é essencial que o encontremos em nosso próprio grupo. O que nos une é maior do que o que nos diferencia.
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