Baseado em pesquisas que apontam os prejuízos causados pelo uso excessivo de celulares na infância e adolescência, o Movimento Desconecta busca seguir a mesma linha de mobilizações em outros países, como o Wait Until 8th dos Estados Unidos e o Smartphone Free Childhood da Inglaterra.
O psicólogo Jonathan Haidt, autor do livro “A Geração Ansiosa”, é uma das referências do movimento, destacando os impactos na saúde mental das crianças e jovens. O pediatra brasileiro Daniel Becker também é uma fonte importante, defendendo a proibição do uso de celulares não só em salas de aula, mas também nos recreios e intervalos.
O Movimento Desconecta destaca a queda nas notas escolares registradas pelo Pisa desde a ampla disseminação dos smartphones em 2012. Com mais de 15 mil seguidores no Instagram em poucas semanas, o movimento busca conscientizar as famílias sobre a importância de limitar o acesso dos jovens aos dispositivos digitais.
As fundadoras do movimento enfatizam a relevância de se chegar a um acordo entre as famílias, uma vez que a regulação do uso de celulares ainda não é uma realidade por meio de leis. A proibição dos celulares nas escolas é uma pauta cada vez mais presente, mas as famílias também precisam discutir e encontrar soluções para o uso responsável dessas tecnologias em casa.
Ao fazer analogias com o passado, o Movimento Desconecta ressalta a importância de repensar o papel dos celulares na infância e adolescência. A ideia é que, no futuro, a sociedade considere o uso excessivo de celulares da mesma forma que hoje vê o tabagismo e o consumo de álcool por menores de idade como inaceitáveis. O objetivo é que as famílias sejam protagonistas na busca por uma solução equilibrada e saudável para o uso de tecnologias pelos jovens.